Caracterização molecular do Sugarcane yellow leaf virus, desenvolvimento de um metodo de diagnostico altamente sensivel e aspectos moleculares da interação luteovirus/vetor

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O vírus do amarelecimento foliar da cana-de-açúcar, Sugarcane yellow leaf vírus (ScYL V) constitui atualmente um grande problema nos principais países produtores de cana-de-açúcar. Este vírus possui diversas características físicas e biológicas, como tamanho e morfologia da partícula, reações serológicas, alterações morfológicas no hospedeiro e aspectos de transmissão, comuns aos membros da família Luteovírídae. As informações da sequência genõmica do isolado brasileiro obtidas nesse trabalho, referentes às regiões codificantes para capa protéica do vírus (CP), proteína de movimento (17 kOa ou MP) e parte da RNA polimerase dependente de RNA (RdRp), mostram um alto grau de identidade e similaridade de aminoácidos com sequências de luteovirus conhecidos. Isso permite estabelecer o ScYLV como um membro definitivo da família Luteovíridae. Análises filogenéticas empregando as sequências deduzidas de aminoácidos da CP e da região C-terminal da RdRp do ScYL V sugerem diferentes afinidades taxonõmicas desse vírus dentro da família Luteovírídae, de maneira similar ao que acontece com o Soybean dwarf vírus (SOV). Análises comparativas de seqüência entre o isolado brasileiro e um isolado norte-americano revelaram diferenças de apenas dois nucleotídeos nas posições 4201(G por T) e 4232 (A por C) do genoma do ScYLV, correspondentesrespectivamente à região codificadora da proteína P17 e CP. Os dados de seqüência obtidos neste trabalho foram usados no desenvolvimento de um método sensível de diagnóstico baseado na combinação da técnica de amplificação isotérmica de ácidos nucléicos NASBA (nucleic acid sequence based amplification) e "molecular beacons", denominado AmpliOet RNA. Esse sistema de detecção foi altamente específico e ofereceu uma sensibilidade de aproximadamente 100 fg de vírus purificado, permitindo a detecção em plantas com baixos níveis de infecção viral e em um único pulgão virulífero. Os membros da família Luteoviridae são transmitidos por afídeos de uma maneira circulativa e não-propagativa. Após a aquisição, o vírus permanece no corpo do inseto por várias semanas, graças a associação com a proteína GroEL, produzida por um endossimbionte primário do pulgão. As partículas de vírus purificadas apresentam dois tipos de proteína, a proteína principal da capa protéica de 22 kDa e menores quantidades de outro componente do capsídeo, a proteína de transleitura ou "readthrough" (RTD) de 54 kDa. A protéina RTD contém determinantes responsáveis pela transmissão e acúmulo do vírus em plantas agroinfectadas. O Potato leafroll vírus (PLRV) é uma espécie do gênero Polerovirus dentro da família /,..uteoviridae. Clones infectivos de cDNA do PLRV e um mutante deletério da proteína RTD foram usados para estudar as interações moleculares entre esse luteoviruse seu afídeo vetor Myzus persicae. O mutante do PLRV, no qual a proteína RTD estava inteiramente ausente, não foi transmissível por M. persicae e não se ligou a proteína GroEL. Adicionalmente, esse mutante mostrou-se significativamente menos persistente na hemolinfa do afídeo do que as partículas não modificadas do vírus

ASSUNTO(S)

cana-de-açucar microbiologia virus de plantas

Documentos Relacionados