Caracterização Física, Química e Energética de Biomassas e seus Carvões para Injeção em Altos-Fornos. / Characterization of Physical Chemistry and Biomass Energy and its coal for powder injection in blast furnaces

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/03/2010

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho foi avaliar a viabilidade de utilização de biomassas e seus carvões através da injeção pelas ventaneiras dos Altos-Fornos - técnica conhecida como Injeção de Carvões Pulverizados (ICP). Desta forma, diferentes biomassas e seus carvões tiveram as suas propriedades físicas e químicas avaliadas, sendo realizados também testes de combustão e de reatividade ao CO2. Esta utilização visa ganhos ambientais e econômicos, através da redução dos índices de emissões de carbono e comercialização de Certificados de Emissões Reduzidas. As biomassas estudadas foram dois tipos de celuligninas: celuligninas provenientes de 100% madeira e celuligninas provenientes de 50% madeira + 50% matéria orgânica do lixo, cinco tipos de resíduos de biomassas in natura: bagaço de cevada, cascas de macadâmia, sabugo de milho, bagaço de cana e madeira de Eucalyptus urophylla. Foram realizadas carbonizações em três temperaturas (450C, 600C e 900C), visando obter dados que pudessem determinar a temperatura ou faixa de temperatura na qual as celuligninas e biomassas in natura devem ser carbonizadas para se obter as melhores propriedades visando a utilização como combustíveis/redutor nos Altos-Fornos. Os carbonáceos estudados foram ensaiados para a obtenção dos índices de combustão (eficiência de queima). Também foram realizados testes de misturas de carvões de biomassas com carvão mineral baixo volátil, mostrando a sinergia quando se misturam estes carvões. Foram realizados ensaios de reatividade ao CO2 em três temperaturas (950C, 1000C e 1050C) com o intuito de obter dados cinéticos (energia de ativação aparente e fator de frequência) de diversos carvões. Utilizouse o modelo de reação contínua (Equação de Mampel-1 ordem) e os valores cinéticos foram obtidos através do gráfico de Arrhenius. Correlações de diversas propriedades físicas e químicas dos carbonáceos estudados em relação ao índice de combustão-IC foram obtidas. Também foi correlacionado o índice de combustão-IC com os valores de reatividade ao CO2. Os resultados mostraram que as celuligninas CCC3(50% madeira + 50 % lixo) e CCC5 (100% madeira) possuem características semelhantes ao carvão vegetal tradicional, podendo serem injetadas nas ventaneiras, sem necessidade de carbonização. A temperatura de carbonização de biomassas deve ser entre 450C e 600C, possibilitando melhores rendimentos gravimétricos e boas características físico-químicas. De modo geral, os maiores índices de combustão foram obtidos pelos carvões carbonizados à 600C e pelo Carvão vegetal tradicional (madeira de Eucalyptus). Avaliando-se as propriedades físicas e químicas dos materiais carbonáceos com o índice de combustão, pode-se dividir os materiais em quatro grupos específicos (grupo de biomassas in natura, grupo das celuligninas, grupo dos carvões vegetais e grupo dos carvões minerais). Os valores dos ensaios de reatividade ao CO2 estão em consonância com os resultados de índice de combustão, onde os carvões de celulignina, bem como os carvões de biomassa tradicional, são materiais de alta reatividade com grande potencial para utilização na injeção em altoforno.

ASSUNTO(S)

biomassa carvão alto-forno recursos florestais e engenharia florestal biomass coal blast furnace

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