Caracterização farmacognostica e atividade antimicrobiana da folha e casca do caule da myrcia rostrata dc.(myrtaceae) / Pharmocognostic characterization and antimicro activity of leaf and stem bark of myrcia crostratad.(mytceal)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/02/2012

RESUMO

A família Myrtaceae no Brasil é uma das famílias mais importantes, compreendendo 23 gêneros e aproximadamente 130 espécies. A espécie Myrcia rostrata DC. popularmente conhecida como folha miúda ou guamirim-chorão é comumente encontrada em florestas sul-americanas e em algumas Unidades de Federação que possuem parte do Cerrado, como em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso entre outros Estados. O objetivo geral deste trabalho foi estabelecer parâmetros farmacognósticos para o controle de qualidade da M. rostrata e analisar a atividade antimicrobiana das folhas e cascas do caule desta espécie. Para isso, na descrição macroscópica e na realização dos cortes para a análise microscópica, o material botânico foi utilizado fresco. Já para a microscopia de pós, determinação do teor de substâncias voláteis, determinação de cinzas totais e insolúveis em ácido, pesquisa e quantificação de constituintes fitoquímicos, obtenção do extrato bruto etanólico e frações e na extração do óleo essencial, as cascas foram dessecadas em estufa com circulação forçada a 40C e as folhas ao ar livre. A Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CG/EM) foi utilizada para a caracterização química dos óleos essenciais, o teste de microdiluição seriada em caldo para a avaliação da atividade antimicrobiana e determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) para a obtenção dos cromatogramas das frações aquosa (FAqC) e diclorometano (FDC) das cascas do caule de M. rostrata. As folhas desta espécie são simples de consistência menbranacea, com coloração verde-escura brilhante na superfície adaxial e verde-escuro opaco na abaxial. Microscopicamente são hipoestomáticas, apresentam numerosos tricomas tectores unicelulares, têm cavidades secretoras e idioblastos com cristais prismáticos. As cascas do caule são encurvadas e o aspecto da superfície externa é caracterizado como espesso, fissurado e estriado sendo que possuem coloração marrom-escura. Quando analisadas microscopicamente é possível visualizar a periderme, esclereides e séries cristalíferas. Na prospecção fitoquímica foram detectados óleo essencial, taninos e flavonóides, tanto nas folhas como na casca do caule. O teor de fenóis totais, taninos que precipitam proteína, taninos hidrolisáveis e flavonóides nas folhas foram de 7,53% 0,14, 4,65% 0, 65,39% 1,70 e 2,83% 0, para as cascas do caule foram de 10,06% 0,06, 9,60% 0,60, 29,53% 0,52 e 0,38% 0,009. Na análise dos óleos essenciais de seis constituintes identificados o espatulenol (51,39%) e globulol (6,88%) foram os componentes majoritários na casca e juntamente com o -Cariofileno estes compostos também predominaram nas folhas, onde foram identificados 32 constituintes. Portanto, os hidrocarbonetos sesquiterpenos e os sesquiterpenos oxigenados predominaram nos óleos essenciais das folhas e cascas de M. rostrata. Na análise da atividade antimicrobiana o óleo essencial extraído das folhas de M. rostrata apresentou atividade antibacteriana moderada com Concentração Inibitória Mínima (CIM) de 250 μg/mL para a bactéria Gram (-) Enterobacter aerogenes ATCC 13048 e paratodas as bactérias Gram (+) testadas, o extrato bruto das folhas inibiu bem os fungos com CIM de 31,25 μg/mL para as espécies Candida parapsilosis ATCC 22019, Candida parapsilosis 11-A, Candida albicans 02 e Cryptococcus gatti L1, para o Cryptococcus neoformans ATCC 28957 e Cryptococcus neoformans L2 a CIM foi de 15,62 μg/mL. Das frações das folhas e cascas do caule testadas as que apresentaram menores Concentração Inibitória Mínima foi a FAqC contra Cryptococcus neoformans ATCC 28957 (7,81 μg/mL) e Cryptococcus gatti L1(15,62 μg/mL) e a FDC contra as bactérias Gram (-) Enterobacter aerogenes ATCC 13048 (23,43 μg/mL ) e contra a bactéria Gram (+) Bacillus subtilis ATCC 6633 (93,75 μg/mL). Os resultados obtidos contribuem para a identificação da espécie M. rostrata além de demonstrarem o seu potencial antimicrobiano.

ASSUNTO(S)

controle de qualidade atividade antimicrobiana myrtaceae folha miúda farmacia quality control antimicrobial activity myrtaceae folha miúda

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