Caracterização do estado de tensões em reservatorio carbonatico da Bacia de Campos-Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1995

RESUMO

O campo de tensões atuante pode condicionar significativamente o fator de recuperação na explotação de reservatórios de hidrocarbonetos naturalmente fraturados. Mesmo para reservatórios aparentemente não fraturados, a determinação das tensões in situ pode ser importante em projetos de recuperação avançada, como no caso de poços horizontais ou de estimulação através de fraturamento hidráulico. O objetivo principal deste projeto foi a avaliação metodológica de algumas ferramentas que podem ser úteis na antecipação de informações sobre o estado de tensões em reservatórios. Para este estudo foi selecionado um reservatório carbonático do Albiano da Bacia de Campos, que além de possuir um acervo de dados adequado, apresenta evidências de fraturamento em testemunhos. Na primeira etapa do trabalho, os principais modelos de estados de tensões em margens passivas, citados na literatura, foram analisados para a situação da Bacia de Campos. Foi proposto para o reservatório Albiano um regime de distensão generalizada, associada ao des1izamento divergente dos evaporitos aptianos, desacoplado do campo de tensões atuante na seção pré-rift. Esta suposição foi analisada, através de dois tipos de modelamento mecânico: simulação elástica linear baseada no método de elementos finitos e análise de curvatura do topo do reservatório. Os resultados da simulação elástica reforçaram a hipótese de deslizamento divergente e evidenciaram perturbações do campo de tensões junto às falhas que delimitam a área. A análise de curvatura revelou a presença de zonas preferenciais para a atuação de tensões flexurais ao longo dos principais falhamentos. Na última etapa do trabalho, o modelo proposto para o estado de tensões foi validado através de análise de breakouts. Os resultados obtidos indicaram um forte controle do campo de tensões nas imediações da falha lístrica antitética que delimita o reservatório. Além disso, a tensão horizontal máxima (S_ é subparalela à direção da falha, de acordo com as previsões dos modelos numéricos. Outra observação importante foi a bimodalidade das direções de SH, com orientações segundo WNW na seção pré-aptiana, e segundo NNW a NE no reservatório albiano. Esta bimodalidade constitui um forte argumento em favor do desacoplamento de tensões. Apesar das simplificações impostas na modelagem numérica, os resultados obtidos permitiram o estabelecimento de um modelo coerente para o estado de tensões no reservatório estudado. Este objetivo foi atingido com um acervo de dados relativamente modesto, disponível desde o início do desenvolvimento do campo

ASSUNTO(S)

reservatorios tectonofisica geologia estrutural

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