Caracterização de isolados de Potato virus Y (PVY) de Minas Gerais e avaliação da disseminação do vírus e de resíduos de inseticidas em tubérculos de batata após o controle de vetores / Characterization of Potato virus Y (PVY) isolates and evaluation of virus dissemination and of insecticides residues in potato tubers after vector control / Characterization of Potato virus Y (PVY) isolates and evaluation of virus dissemination and of insecticides residues in potato tubers after vector control / Caracterização de isolados de Potato virus Y (PVY) de Minas Gerais e avaliação da disseminação do vírus e de resíduos de inseticidas em tubérculos de batata após o controle de vetores

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Com a importação de sementes de diversos países, pelo Brasil e devido ao meio de propagação vegetativa da batata, a ocorrência de vírus no campo é dinâmica e freqüentemente aparecem novos isolados mais agressivos e mais facilmente dissemináveis no campo. Assim sendo, cada vez mais têm sido utilizados inúmeros produtos inseticidas para o controle dos vetores que disseminam esses vírus no campo, com riscos constantes de deixar nos tubérculos resíduos nocivos à saúde humana. Neste trabalho fez-se um levantamento nas principais regiões produtoras do estado de Minas Gerais, com a finalidade de caracterizar, biológica e molecularmente, os isolados virais presentes no campo na safra de 2007. Na caracterização biológica, foram utilizadas espécies de três famílias botânicas: Solanaceae, Amaranthaceae e Chenopodiaceae, com enfoque especial às espécies de fumo Nicotiana tabacum cv. TNN e N. tabacum cv. White Burley, por serem geralmente empregadas na distinção das estirpes do PVY. A caracterização molecular foi feita empregando-se um conjunto de primers específicos para diferenciação de isolados por RT-PCR e um par de primers desenhados para amplificar o gene da capa protéica, que foi seqüenciada e analisada. A comparação entre as seqüências de nucleotídeos e de aminoácidos foi feita com 24 isolados de PVY, escolhidos entre os disponíveis no GenBank. Foi também realizado um experimento de campo, seguindo o manejo adotado por produtores de batata consumo para o controle químico de vetores, avaliando-se, posteriormente, a ocorrência de resíduos nos tubérculos de batata produzidos. Foram utilizados dois tratamentos de sulco combinados com quatro diferentes inseticidas para pulverizações foliares e uma testemunha, sem tratamento. As plantas de Gomphrena globosa, Datura stramonium, Chenopodium quinoa e Nicandra physaloides foram imunes a todos os catorze isolados e as demais espécies inoculadas apresentaram sintomas cuja severidade variou com o isolado inoculado. Os resultados dos testes biológicos, de PCR e os do seqüenciamento mostraram que todos os isolados de PVY pertenciam à estirpe necrótica, sendo que metade delas se tratava do variante PVYNTN. Comparando-se à seqüência de nucleotídeos, as identidades entre os 14 isolados variaram entre 87% e 99%. Entre esses e os isolados do GenBank, a variação foi de 86% a 99%. O mesmo foi observado quando os isolados do GenBank foram comparados entre si. No alinhamento múltiplo de aminoácidos, a identidade entre os 14 isolados brasileiros foi de 83% a 98% e entre esses e os do GenBank foi de 86% a 99%. A identidade entre os isolados do GenBank ficou entre 91% e 100%. As árvores filogenéticas construídas com base no alinhamento de nucleotídeos e de aminoácidos mostraram uma distribuição dos isolados brasileiros em dois grupos distintos, um contendo os PVYNTN (SGT-AG, TAP-AG, SAT-AG, IPU-MA, ALF-VI, ARA-MO e COR-AG) e outro, os isolados PVYN (MFE-AG, BRE-EM, LUM-CE, FOR-AG, SGS-AG, LAV-CL e POL-AG). Quando os nucleotídeos e os aminoácidos foram alinhados com os 24 isolados do GenBank, ALF-VI, ARA-MO e COR-AG formaram um clado distinto dentro do grupo dos PVYNTN e BRE-EM e MFE-AG no grupo da estirpe necrótica comum, mostrando distanciamento entre eles e os demais. Os dados indicaram que a variante NTN está aumentando a sua ocorrência em diversas partes do estado, o que acarreta prejuízos maiores, por causarem anéis necróticos nos tubérculos, depreciando-os para o comércio. No teste com os inseticidas, os diferentes tratamentos não impediram a disseminação do PVY no campo, provavelmente devido ao alto índice inicial de vírus nas sementes. Isso demonstra a importância de se empregar sementes livres de vírus para o estabelecimento da cultura. Os diversos tratamentos não deixaram resíduos nos tubérculos, indicando que a concentração do inseticida indicada pelo fabricante é segura para o consumidor.

ASSUNTO(S)

disseminação pvy inseticidas caracterização molecular resíduos de inseticidas fitopatologia

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