Caracterização de arranjos de negócios na logística reversa de latas de alumínio e embalagens pet na Baixada Santista

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este estudo analisou negócios privados de reciclagem das latas de alumínio e das garrafas de polietileno tereftalato PET, na Baixada Santista, no conceito da logística reversa como prática válida para o desenvolvimento sustentável. Buscou-se identificar similaridades e diferenças dessas cadeias desde a coleta dos materiais à reintegração ao ciclo produtivo e identificar formas de manejo, comercialização e arranjos de negócio entre os participantes dessas cadeias. O estudo caracteriza-se como exploratório e de multicasos, em abordagem tri-dimensional composta por: revisão bibliográfica sobre o tema e consultas às páginas especializadas da Internet, aplicação de nove entrevistas semi-estruturadas à amostra intencional de recicladores no período de quatro meses e análise dos resultados. Justifica-se a abordagem porque a área de estudo é específica - latas de alumínio e garrafas PET - pela contemporaneidade da gestão de resíduos sólidos e por existir base teórica consolidada sobre logística reversa pós-consumo. Novas tecnologias permitiram o desenvolvimento de embalagens de bebidas e substituíram outras tradicionais, pelas quais após o consumo podem trazer impactos ambientais por meio da disposição ou gestão dos seus descartes. A prática da reciclagem de latas de alumínio e de garrafas PET leva, na Baixada Santista, a negócios estruturados em cadeias reversas de revalorização, revertem ineficiências e preservam recursos naturais para as gerações futuras. O estudo identificou motivação econômica nos recicladores respondentes, sendo que, um deles, apontou uma visão social, ao propor resgate da cidadania dos catadores de rua ao encontro do conceito de desenvolvimento sustentável. Os resultados indicaram: 67% dos negócios (6) são empresas formais, alguns inclusive, fazem uso de técnicas de planejamento logístico desde os estágios iniciais de funcionamento das cadeias; ocorre movimentação conjunta das cadeias dos dois materiais que se diferenciam nas etapas de beneficiamento subseqüentes; compra de latas e garrafas PET por diferentes negócios com posterior trocas comerciais entre esses, em esquema de parceria conforme o foco de cada negócio; ocorrência de desvios de elos intermediários das cadeias, para assegurar quantidade, qualidade e incorporação de ganhos. Mostra-se a configuração de negócios no setor e indica-se a conveniência de incentivo à reciclagem na região da Baixada Santista, em face sua densidade populacional e atrativo turístico. Propõe-se aprofundamento da análise dessas cadeias reversas, seja de sua viabilidade econômico-financeira, como de inclusão dos benefícios sociais e ambientais destas

ASSUNTO(S)

latas de alumínio garrafas pet desenvolvimento sustentável logística reversa administracao reciclagem

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