Capacidade preditiva de equações de gordura corporal em relação aos marcadores bioquímicos e clínico de risco cardiovascular, em adolescentes de Viçosa-MG / Corporal Body fat equations capability, in adolescents, related to biochemical and clinic markers and cardiovascular risk, Viçosa-MG

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/02/2011

RESUMO

A identificação de métodos precisos e adequados para predizerem a gordura corporal é necessária na avaliação do estado nutricional, também na adolescência, evitando que efeitos nocivos à saúde persistam na idade adulta. A identificação de equações de composição corporal, cujos resultados se relacionem com os fatores de risco cardiovascular em adolescentes torna-se relevante, uma vez que indivíduos com alto percentual de gordura corporal, em geral, apresentam componentes da síndrome metabólica. Objetivou-se verificar a capacidade de equações de gordura corporal em predizer alterações nos parâmetros bioquímicos e clínico de risco cardiovascular, em adolescentes, de ambos os sexos, na faixa etária de 15 a 18 anos. Os adolescentes foram selecionados por meio de amostragem aleatória simples, considerando o critério de inclusão: presença de menarca a pelo menos um ano (sexo feminino) e de pelos axilares (sexo masculino); não ter participado de estudos/consultas de nutrição nos últimos 6 meses; apresentar Índice de Massa Corporal (IMC)/idade ≤ percentil 25 e IMC/idade ≥ percentil 75 ou IMC/idade ≥ percentil 85. De acordo com a classificação do estado nutricional agrupou-se em grupo 1 (G1) (n=140): eutróficos e grupo 2 (G2) (n=70): com excesso de peso. Aferiu-se peso, altura, perímetro braquial e pregas cutâneas. O percentual de gordura corporal foi estimado por 10 equações antropométricas e pelos equipamentos de bioimpedâncias elétricas tetra polar horizontal e vertical com oito eletrodos táteis, sendo o percentual de gordura corporal (%GC) classificado, segundo Lohman. Realizou-se dosagens séricas de colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos (TG), ácido úrico, insulina, glicemia de jejum, calculou-se o Homeostasis Model Assessment -Insulin Resistance (HOMA-IR), aferiu-se a pressão arterial e avaliou-se o nível de atividade física. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Instituição. Participaram 210 adolescentes, com idade média de 16,8 1,0 anos sendo 52,4% (n=110) do sexo feminino. O excesso de gordura corporal variou de 34,3 (n=72) a 87,6% (n=184), conforme a equação ou equipamento de bioimpedância elétrica utilizado. As adolescentes apresentaram maiores valores de %GC, CT, HDL, LDL, insulina, HOMA-IR e pressão arterial diastólica (PAD) (p <0,05). Na análise das curvas ROC (Receiver Operating Characteristic Curve), para predição de alterações nos parâmetros bioquímicos e clínico de risco cardiovascular, encontrou-se que a maioria das estimativas de gordura corporal detectou alterações nas concentrações séricas de TG, HDL, insulina e HOMA-IR (p<0,01). Obteve-se alta sensibilidade, baixa especificidade, alto valor preditivo negativo e baixo valor preditivo positivo para todos os métodos de estimativa de gordura corporal em relação aos parâmetros bioquímicos e clínico no G2. Nas análises de regressão múltipla no G1 verificou-se que o %GC estimado pela equação 5 se manteve associada com TG, PAD e insulina. No G2 todos os %GC mantiveram a associação com TG, insulina e HOMA-IR, componentes da síndrome metabólica. A partir dos resultados obtidos no estudo e considerando que todas as equações antropométricas são diferenciadas por sexo, pode-se inferir que a melhor equação de composição corporal foi a desenvolvida por Wetstrate e Deurenberg (1989) (equação 9), uma vez que, na regressão múltipla, se associou com maior número de fatores de risco cardiovascular, independente do estado nutricional dos adolescentes.

ASSUNTO(S)

nutricao adolescente gordura corporal fatores de risco cardiovascular teenagers corporal body cardiovascular risk factors

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