Câncer pediátrico: impacto de intervenção psicoeducacional sobre enfrentamento e práticas parentais.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Avanços no tratamento do câncer na infância contribuíram para um aumento significativo no número de curas. O diagnóstico e tratamento dos diversos tipos de câncer pediátrico, requer equipes interdisciplinares treinadas e participação ativa da criança e de seus cuidadores. Este estudo teve como objetivos: a) descrever práticas parentais e estratégias de enfrentamento utilizadas por cuidadores de crianças com câncer que participaram de um programa educativo cognitivo-comportamental (GE) e de um grupo controle (GC); b) descrever problemas comportamentais identificados nas crianças e c) apresentar análise detalhada de um caso do GE. Casuística: participaram do estudo oito cuidadores de crianças em tratamento oncológico em hospital de ensino. Método: após aprovação do projeto por Comitê de Ética em Pesquisa, os cuidadores receberam informações sobre o estudo. Os que concordaram em participar foram encaminhados aleatoriamente para dois grupos: GE (intervenção cognitivo-comportamental e intervenção de rotina) e GC (intervenção de rotina). Todos os participantes responderam aos seguintes instrumentos em três momentos, denominados pré, pós e seguimento: Entrevista semi-estruturada; Instrumento de Avaliação das Relações Familiares (PBI); Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP); Inventário de Comportamentos da Infância e da Adolescência (CBCL). Resultados: Sete mães e uma avó (GE:4; GC:4) participaram do estudo. Para o GE a média de idade das crianças foi 5,4 (dp: 0,74) e para o GC 7 (dp: 2,22). No GE o estilo parental indulgente foi encontrado em três cuidadoras e uma apresentou o estilo autoritativo na primeira avaliação (pré). No GC todas as cuidadoras apresentaram o estilo indulgente. Na avaliação pós, três cuidadoras do GE apresentaram estilo autoritativo, que foi apresentado pelas quatro no seguimento. Para o GC, na avaliação pós, quatro mantiveram estilo indulgente e três no seguimento. Na avaliação pós o GE apresentou aumento no uso de estratégias de enfrentamento focadas no problema, práticas religiosas e suporte social, e redução na focada na emoção. O GC manteve o escore no suporte social na avaliação pós e reduziu as focadas no problema e práticas religiosas. Em relação a problemas comportamentais, o GE apresentou escores clínicos em todas as avaliações, embora tenha havido redução nos escores. O GC apresentou escores não clínicos em todas as avaliações, com aumento nos escores no seguimento. Para transtornos internalizantes, o grupo GE apresentou escore clínico em todas as avaliações, embora tenha havido redução nos escores. GC apresentou escores não clínicos na pré e pós, mas escores clínicos no seguimento. Para transtornos externalizantes, o GE apresentou escores clínicos em todas as avaliações, com redução dos escores no pós e no seguimento. GC não apresentou escores clínicos, mas houve aumento nos escores na pós e seguimento. Estudo de caso: A intervenção educacional diminuiu os comportamentos de superproteção e manteve os altos escores de carinho, apresentando mudança na forma de lidar com a criança, com práticas parentais do estilo autoritativo. A criança apresentou escore clínico para comportamentos agressivos, reduzindo pós-intervenção, e escore não clínico nos seguimentos.

ASSUNTO(S)

cancerologia psicologia da crianca child rearing educação infantil pediatric psychology case studies psychology. estudos de casos child psychology psicologia. estudios de casos psicologia pediátrica crian?a del ni?o psicología infantil

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