Biossegurança em tuberculose e os profissionais de enfermagem do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: Quando se observam as tendências e preocupações em relação à biossegurança em tuberculose, pensa-se no profissional de enfermagem não apenas como um integrante na promoção da saúde, mas como um profissional que desenvolve suas atividades próximas aos pacientes bacilíferos. Objetivo: Conhecer os riscos da Tuberculose ou da Infecção Latente por Tuberculose entre os (as) enfermeiros (as) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho na cidade do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo qualitativo, exploratório e descritivo, efetuado com 31 indivíduos, sendo 07 chefes de setor e 24 líderes. Os dados foram coletados por meio de um questionário, para delinear o perfil dos profissionais e por uma entrevista com roteiro semiestruturado, para caracterizar o comportamento e o conhecimento frente às medidas de biossegurança. Para o tratamento dos dados, utilizou-se a análise de conteúdos, com modalidade temática, e as respostas foram analisadas de maneira descritiva e caracterizadas de forma a possibilitar a visualização e interpretação, utilizando percentuais simples. Resultados e Discussão: Predomínio de profissionais do sexo feminino, faixa etária de 31 a 50 anos, com vínculo empregatício efetivo, atuam como líderes, no setor de 1 a 9 anos. Recém formados(as) (10 meses a 5 anos), com pósgraduação Lato-Sensu, sendo que a maioria não possui ou não recebeu nenhuma formação ou treinamento específico. Fatores de risco identificados pelos profissionais foram: ser profissional da saúde 74,2%, ter contato com pacientes bacilíferos 71%,diagnóstico tardio 61,3%, imunossupressão 45,2%, uso inadequado do Equipamento de Proteção Individual(EPI) 19,3%. Quanto à identificação das medidas, somente 9,4% foram capazes de citar a orientação e o uso da máscara cirúrgica pelo paciente e o controle da Prova Tuberculínica em profissionais, como medidas de biossegurança. No momento da admissão, apenas 10(32,2%) disseram se preocupar com a máscara cirúrgica no paciente, e 11(35,4%) com o filtro High Efficiency Particulate Air Filter (HEPA) ligado. Isto se reflete, quando 54% dizem não saber nada sobre o filtro, e aqueles que tinham algum conhecimento, demonstraram dúvidas. Apenas duas profissionais foram capazes de descrever com segurança, a função e o que fazer para que o filtro cumpra sua função. Quanto ao uso da máscara N95, apenas uma disse não usar sempre. Outros fatos nos preocuparam como: o uso coletivo por meio de uma máscara cirúrgica sob a mascara respirador N95, interferindo na vedação no rosto (66,6%); e quanto à guarda da máscara; 35,5% não a fazem, e o restante, quando não as deixam soltas, as guardam em sacos plásticos. Conclusão: Existe o risco de Infecção Latente por Tuberculose ou do adoecimento por tuberculose entre os profissionais de Enfermagem no Hospital. Identificamos falhas por despreparo no atendimento, no fornecimento de material e deficiências no conhecimento, e consequentemente, na aceitação e adesão dos profissionais, às medidas de biossegurança.

ASSUNTO(S)

enfermagem tuberculosis tuberculose occupational biosafety nosocomial nosocomial biossegurança nursing ocupacional epidemiologia

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