BiorremediaÃÃo de solo argiloso contaminado por hidrocarbonetos poliaromÃticos provenientes de derrame de Ãleo diesel

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O Ãleo diesel tem sido usado amplamente no mundo inteiro, mas tem se tornado um dos mais comuns poluentes orgÃnicos do solo devido a vazamento de tanques de armazenamento e derrames acidentais. No Estado de Pernambuco, localizado no Nordeste do Brasil, existem evidÃncias de contaminaÃÃo por petroderivados por causa de vazamentos de postos de combustÃveis. A preocupaÃÃo tornou-se maior em funÃÃo do crescimento da indÃstria petroquÃmica com a construÃÃo de uma refinaria de petrÃleo com capacidade de 200 mil barris diÃrios, 60% dos quais serÃo de Ãleo diesel (operaÃÃo prevista para 2011). O solo argiloso à muito comum no territÃrio brasileiro e em decorrÃncia de suas caracterÃsticas pedolÃgicas e fÃsico-quÃmicas especÃficas à bastante utilizado como selante natural em postos de combustÃveis e em aterros de Ãreas industriais. Entretanto, o solo argiloso à pouco estudado em relaÃÃo aos tratamentos de biorremediaÃÃo, alÃm de pouco se conhecer sobre o comportamento sortivo de solos tropicais e das variÃveis capazes de alterÃ-lo. O objetivo da presente pesquisa foi avaliar a eficiÃncia de remoÃÃo de hidrocarbonetos poliaromÃticos (HPAs) de um solo argiloso contaminado experimentalmente por Ãleo diesel atravÃs da comparaÃÃo de diferentes tÃcnicas de biorremediaÃÃo. As tÃcnicas de biorremediaÃÃo testadas foram: Landfarming (LF), acrÃscimo de ar por revolvimento manual; BioestÃmulo (BE), com acrÃscimo de nutrientes; e, BioestÃmulo mais Bioaumento (BEBA), com acrÃscimo de nutrientes e microrganismos. Os experimentos de remoÃÃo foram conduzidos associados ao estudo do comportamento sortivo do solo e de possÃveis alteraÃÃes promovidas pelo uso de biotratamentos durante o perÃodo experimental (129 dias). Os 16 Hidrocarbonetos PoliaromÃticos (HPAs) prioritÃrios, indicados pela AgÃncia Ambiental Americana, United States Environmental Protection Agency (USEPA), foram utilizados como principal parÃmetro de avaliaÃÃo dos tratamentos de biorremediaÃÃo. O naftaleno, um dos 16 HPAs, foi utilizado como referÃncia para avaliaÃÃo de alteraÃÃes sortivas do solo. O solo estudado foi identificado como um argissolo, tendo a caulinita como argilomineral caracterÃstico. Bons resultados foram obtidos em todos os tratamentos e a opÃÃo por um desses tratamentos pareceu depender da finalidade desejada. EficiÃncia da remoÃÃo de O&G de 59%, 77% e 80% foi obtida em LF, BE e BEBA, respectivamente, indicando que o acrÃscimo de nutrientes e microrganismos (BEBA) tornou mais eficiente o tratamento. TambÃm se observou dois padrÃes de remoÃÃo de O&G: um com taxa de remoÃÃo mais rÃpida nos primeiros 24 dias (P24) de experimento e outro com taxa mais lenta nos Ãltimos 105 dias (U105). Os parÃmetros cinÃticos de ordem zero obtidos em P24, expressos por μg de O&G.g-1.dia-1, foram iguais a 0,89 para LF; 1,10 para BE e 1,21 para BEBA. Os valores em U105 foram 97%; 96% e 97% menores do que aqueles obtidos em P24, para LF, BE e BEBA, respectivamente. A eficiÃncia de remoÃÃo dos HPAs totais foi de 87%, 89% e 87% no final do perÃodo experimental (129 dias), para LF, BE e BEBA, respectivamente. Aparentemente, nÃo foi constatada diferenÃa significativa entre as tÃcnicas de tratamento usadas. A mais rÃpida remoÃÃo dos poliaromÃticos ocorreu nos primeiros 17 dias (P17) e a mais lenta nos Ãltimos 112 dias (U112). Neste caso, os parÃmetros cinÃticos de ordem zero foram iguais a 4,48 μg.g-1.dia-1 para LF; 4,62 μg.g-1.dia-1 para BE e 4,71 μg.g-1.dia-1 para BEBA. No segundo intervalo (112 dias), os parÃmetros cinÃticos tambÃm foram 97%; 97% e 98% inferiores do que aqueles obtidos em P17, para LF, BE e BEBA, respectivamente. No entanto, a anÃlise dos HPAs individuais mostrou haver diferenÃa entre os tratamentos de acordo com o composto investigado. Para o fenantreno os tratamentos BE e BEBA apresentaram eficiÃncia de remoÃÃo em torno de 88%, enquanto que para LF a eficiÃncia de remoÃÃo foi de 79%. O benzo(a)pireno (BaP) foi removido com eficiÃncia de 95% em BEBA, 91% em LF e 83% em BE. A menor concentraÃÃo de BaP foi igual a 0,26 mg/g em BEBA. A reduÃÃo significativa na velocidade de remoÃÃo no segundo intervalo de tempo para O&G, ΣHPAs e HPAs individuais pode ser atribuÃda, entre outros aspectos, a acumulaÃÃo de intermediÃrios tÃxicos que podem ter interferido negativamente na atividade de degradaÃÃo promovida pelos microrganismos. Os nÃveis de toxicidade se mantiveram altos, especialmente, para os tratamentos BE e BEBA atà o fim do perÃodo de incubaÃÃo. Quanto à capacidade sortiva do solo, esta se manteve praticamente constante em LF e foi reduzida ao longo do tempo de experimento em BE e BEBA, o que deve ter promovido nesses tratamentos maior disponibilidade dos contaminantes (O&G, HPAs), visto pelos significativos nÃveis de remoÃÃo alcanÃados. Desse modo, conclui-se que, de maneira geral, o acrÃscimo de nutrientes (BE) foi muito promissor entre os tratamentos testados para remoÃÃo da contaminaÃÃo proveniente do Ãleo diesel

ASSUNTO(S)

hpas sorption pahs solo argiloso biorremediaÃÃo sorÃÃo geociencias bioremediation soils clay

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