Behavior analysis of the cue-induced animal model of relapse / Análise comportamental do modelo animal de recaída cue-induced

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A recaída ao uso de drogas é um dos principais obstáculos para o tratamento do adicto. Um dos modelos animais mais utilizados para estudar a recaída no laboratório é o chamado de cue-induced. Embora esse modelo tenha se mostrado útil para o estudo de processos neurofisiológicos envolvidos na recaída, seu valor para a análise do controle de estímulos ambientais na dependência tem sido limitado por não distinguir a função dos estímulos discriminativos e dos reforçadores condicionados que controlam a reinstalação da resposta que foi reforçada por droga. O principal objetivo do presente estudo foi analisar os controles estabelecidos sobre as respostas de pressão à barra de ratos submetidos ao procedimento cue-induced. Foram realizados três experimentos. No Experimento 1, os animais passaram pelas três fases experimentais que caracterizam esse modelo. Na primeira fase, a resposta de pressão à barra foi treina em dois componentes distintos. Em um deles, as respostas emitidas na presença de um odor de laranja (SD1) tiveram como conseqüência a apresentação de um estímulo luminoso (Sr1) e liberação de uma solução de etanol (grupo ET) ou de sacarose (grupo SAC). Enquanto na outra, pressões à barra na presença de um odor de erva-doce (SD2) tiveram como conseqüência a apresentação um estímulo sonoro (Sr2) e liberação de água. Na segunda fase, foram realizadas sessões de extinção na ausência dos estímulos utilizados no treino. Na terceira fase os estímulos discriminativos e reforçadores condicionados foram reintroduzidos, mas as respostas de pressão à barra não foram reforçadas por etanol, sacarose ou água. Finalizado o procedimento padrão, foram realizados testes adicionais, nos quais cada estímulo utilizado no treino foi apresentado separadamente. O procedimento do Experimento 2 foi similar ao do Experimento 1, porém foram controladas duas variáveis irrelevantes para o modelo, mas associadas com as contingências experimentais: a maravalha da bandeja da caixa experimental e o acionamento do bebedouro. No Experimento 3, foi adicionada sacarose à solução de etanol e a água. Os resultados dos Experimentos 1 e 2 mostraram que Sr1 foi efetivo em reinstalar a resposta de pressão à barra nos testes de reinstalação realizados, enquanto SD1 foi inconsistente em reinstalar essa resposta. A apresentação de SD2 e Sr2 não reinstalou a resposta. Os dados obtidos no Experimento 3 foram inconclusivos quanto ao controle exercido pelos estímulos olfativos, luminosos e sonoros. Os resultados parecem sugerir que o modelo animal cue-induced, tipicamente usado para estabelecer linhas de base de controle discriminativo sobre a auto-administração de drogas, pode não ser adequado para tal finalidade. No entanto, ainda são necessários refinamentos experimentais para a obtenção de resultados mais acurados.

ASSUNTO(S)

drug abuse recidiva reinforcement animal models modelos animais recurrence conditioned stimulus droga (abuso) reforço estímulo condicionado

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