Bairros sem voz

AUTOR(ES)
FONTE

Tempo Social

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-06

RESUMO

Este artigo aborda as relações dos habitantes das periferias francesas com a política, mais precisamente daquela população originada das imigrações argelinas e marroquinas. Pretende explicar as razões pelas quais a militância dos filhos de imigrados é pouco considerada e reconhecida como tal pela esquerda municipal, em particular o Partido Comunista (PC), que administra ainda hoje numerosas prefeituras nas periferias francesas. Com base em uma pesquisa etnográfica desenvolvida nos anos de 1990 e na análise da situação da cidade de Gennevilliers, onde a pesquisa foi realizada, o autor desenvolve duas ordens de razões para explicar o divórcio entre a esquerda e os moradores das periferias. De um lado, as representações particularizantes dos filhos dos imigrados argelinos e marroquinos, que os fazem parecer uma categoria à parte, como "jovens de origem estrangeira", "segunda geração de imigrados", "populações problemáticas". De outro, a história urbana das municipalidades de esquerda nos últimos cinqüenta anos, em particular as circunstâncias que presidiram as evoluções da moradia social, na forma da construção de grandes conjuntos habitacionais nas periferias industriais. É no cruzamento dessas duas leituras que se pode compreender a situação dos bairros populares, hoje duplamente deserdados: no plano econômico, como é correntemente enfatizado, e também no plano político, mais raramente notado.

ASSUNTO(S)

periferias francesas militância social esquerda municipal comunista jovens de famílias migradas discriminação social história urbana e moradia social

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