Axé, práticas corporais e Aids nas religiões africanistas do Recife, Brasil
AUTOR(ES)
Rios, Luis Felipe, Oliveira, Cinthia, Garcia, Jonathan, Parker, Richard
FONTE
Ciênc. saúde coletiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-12
RESUMO
Este artigo analisa as respostas das religiões afro-brasileiras à epidemia de Aids no Recife, considerando a estrutura simbólica religiosa. Baseando-se em observações participantes e em entrevistas em profundidade realizadas com líderes religiosos afro-brasileiros e técnicos de saúde pública e de ONG, destaca a importância do "axé", a categoria nativa utilizada para pensar os eventos corporais, para entender a história da Aids nessa comunidade religiosa. Axé é energia mística, vitalidade corporal. Ele é manipulado em rituais religiosos e simbolicamente associado a sangue, suor e sêmen. Nos tempos de HIV, os rituais de escarificação corporais e a troca de fluidos durante as transações sexuais, formas para a circulação do axé e elementos-chave para o cultivo deste, também se tornam meio para a transmissão do HIV. Esses elementos foram o foco do diálogo entre as instituições religiosas e o sistema de saúde pública, um processo que gerou mudanças nas práticas religiosas de regulação da reprodução social e da vida sexual dos adeptos.
ASSUNTO(S)
religiões afro-brasileiras hiv/aids sexualidade corpo
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