Avaliação toxicogenética do extrato aquoso de Rhizophora mangle utilizando células de mamíferos em ensaios in vitro e in vivo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/02/2011

RESUMO

Rhizophora mangle L (Rhizophoraceae) é uma espécie nativa de manguezal e apresenta grande quantidade de polifenóis em sua casca. É utilizada na medicina popular como anti-séptico, antifúngico e cicatrizante e no município de Vitória/ ES/ Brasil é utilizada como matéria-prima para a confecção das tradicionais panelas de barro. O presente trabalho teve como objetivos avaliar as atividades citotóxica, pró-apoptótica, mutagênica e antimutagênica do extrato aquoso da casca de R. mangle L., bem como verificar a expressão de genes do estresse oxidativo (SOD1, GPX1), do biometabolismo de drogas (GSTP1) e de apoptose (CASP9) em células de hepatoma de Rattus norvegicus (HTC) cultivadas in vitro. O ensaio do MTT foi realizado com 2x104 células expostas a diferentes concentrações do extrato (4,37 a 1120 µg/mL) por 24 horas. O índice de apoptose em células HTC tratadas com três concentrações de extrato (17,5; 28,0; 35,0 µg/mL) foi obtido utilizando-se o método de coloração diferenciada com laranja de acridina e brometo de etídeo. As mesmas concentrações do extrato foram avaliadas quanto às suas possíveis mutagenicidade e antimutagenicidade in vitro pelo ensaio do micronúcleo, sendo empregados, para a avaliação da atividade protetora, os protocolos de pré-tratamento, pós-tratamento, tratamento simultâneo e tratamento simultâneo com incubação. Para verificar a expressão gênica foi realizada a metodologia de RT-PCR em tempo real, utilizando-se 35,0 µg/mL de extrato para o tratamento das células HTC. Também foi realizado ensaio de DL50 sob dose única intraperitonial e mutagenicidade in vivo, com sangue periférico de camundongos submetidos a tratamento agudo e sub-agudo com três concentrações do extrato de R. mangle: 70 , 140 e 280 mg/Kg p.c. Os resultados obtidos mostraram que células HTC tratadas com extrato da casca de R. mangle não apresentaram nenhuma alteração quanto à viabilidade celular. A análise do índice apoptótico mostrou potencial pró-apoptótico do extrato a 35,0 µg/mL. A DL50 in vivo foi de 560 mg/kg p.c. As três concentrações avaliadas não apresentaram mutagenicidade in vitro e in vivo e foi observado efeito protetor do extrato (35,0 µg/mL) em relação aos danos causados pela DXR (0,75µg/mL) nos quatro protocolos de tratamentos usados. As porcentagens de redução de danos calculadas permitem afirmar que o extrato exerceu forte proteção quando foram utilizados os protocolos de pré-tratamento e tratamento-simultâneo, indicando uma atividade desmutagênica. A obtenção de porcentagens de redução de danos no DNA igual ou menor que 60% em tratamento simultâneo com pré-incubação leva à hipótese de que a atividade desmutagênica observada não ocorreu por interação extrato-DXR. Portanto, o extrato provavelmente atuou impedindo que a DXR atingisse a molécula de DNA. Dados da análise transcricional dos genes SOD1, GSTP1 e CASP9 mostraram aumento de expressão em células tratadas com extrato quando comparadas com o controle. Portanto, o efeito protetor encontrado em células HTC provavelmente deve ser devido ao aumento das defesas antioxidantes que este extrato exerce sobre as células. A indução de apoptose pelo extrato na concentração de 35,0 µg/mL também foi confirmada pela análise transcricional do gene CASP9, o que infere a atuação deste extrato por ativação de caspases.

ASSUNTO(S)

plantas - toxicidade genética citogenética vegetal testes de mutagenicidade rizoforacea plant toxicity genetic plant cytogenetics

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