Avaliação oftalmológica tardia em portadores de retinopatia diabética

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-02

RESUMO

OBJETIVO: Analisar o retardo na avaliação oftalmológica em portadores de retinopatia diabética avançada e sem queixas visuais. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal analítico com 44 portadores assintomáticos de retinopatia diabética. Todos os pacientes tiveram indicação de tratamento com laser em pelo menos um dos olhos. A duração e tipo da doença, bem como o tempo para a primeira avaliação oftalmológica foram determinados. RESULTADOS: Dos 44 pacientes, 6 (13,7%) eram portadores de diabetes mellitus tipo 1 e 38 (86,3%) do tipo 2. Retinopatia diabética proliferativa estava presente em 24 (54,5%) e retinopatia diabética não proliferativa grave ou muito grave em 20 (45,5%). A acuidade visual, com melhor correção, pré-tratamento, variou de 0,5 a 1,0 (média de 0,83 ± 0,17) na tabela de Snellen. O tempo de intervalo entre o diagnóstico de diabetes e a primeira avaliação oftalmológica variou de 7 a 19,5 anos (13,3 ± 5,1 anos) para os diabéticos tipo 1 e de 3 meses a 18 anos (5,2 ± 4,81 anos) para os tipo 2. CONCLUSÃO: Retinopatia diabética avançada pode estar presente em diferentes momentos na avaliação oftalmológica para ambos os tipos de diabetes. No presente estudo, embora a média de intervalo entre o diagnóstico de diabetes e a primeira avaliação seja de 13 anos para os diabéticos tipo 1 e de 5 anos para os tipo 2, a retinopatia avançada foi observada em até 3 meses após diagnóstico de diabetes. Este fato demonstra a necessidade de avaliação oftálmica mais precoce nesta doença. Dessa forma, conclui-se que a RD deve ter uma abordagem multidisciplinar, no intuito de que o diagnóstico da RD seja feito, em suas fases iniciais, antes que lesões comprometedoras da visão já tenham ocorrido.

ASSUNTO(S)

retinopatia diabética angiopatias diabéticas diabetes mellitus retinopatia diabética retinopatia diabética saúde pública

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