Avaliação dos resultados do tratamento de 14 doentes de carcinoma espinocelular anal
AUTOR(ES)
Dallan, Luís Augusto Palma, Cruz, Sylvia Heloisa Arantes, Rosa, Daltro Lemos da, Bin, Fang Chia, Nadal, Sidney Roberto, Capelhuchnik, Peretz, Klug, Wilmar Artur
FONTE
Revista Brasileira de Coloproctologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-03
RESUMO
A radioquimioterapia (RT/QT) tornou-se o tratamento de escolha para o carcinoma espinocelular anal (CEC). Na recidiva local ou na persistência da doença, deve-se instituir o tratamento cirúrgico. OBJETIVO: O objetivo deste estudo retrospectivo foi analisar os resultados do tratamento de doentes de CEC anal. MÉTODO: Acompanhamos 17 pacientes com diagnóstico anátomo-patológico de carcinoma espinocelular anal. Eram 14 (82,3%) do sexo feminino e três (17,8%) do masculino. A idade variou de 36 a 78 anos, com média de idade de 59,1 anos. Utilizando a classificação TNM, tivemos quatro (23,6%) no estádio I, seis (35,2%) no II, quatro (23,6%) no IIIa e três (17,6%) no IIIb. Todos foram submetidos a tratamento inicial com RT/QT, exceto um submetido a ressecção local. Definimos que a biópsia negativa, realizada entre 12 e 16 semanas após esse tratamento, determinaria o controle local da doença. RESULTADOS: Perdemos seguimento de três doentes (17,6%). Seguimos os 14 restantes (82,3%) entre um e cinco anos. Todos os doentes nos estádios I e II (10) apresentaram regressão total da doença, enquanto que três (75%) nos estádios IIIa e IIIb tiveram remissão completa. Realizamos a amputação abdomino-perineal de resgate em dois doentes e ressecção local em outros dois. A recidiva local ocorreu em dois (20%) nos estádios I e II e em dois (75%) nos estádios mais avançados (IIIa e IIIb). A sobrevivência em 3 anos foi de 100% nos que se encontravam nos estádios I e II, embora o controle da doença fosse atingido em oito (80%). Nos quatro doentes que estavam nos estádios IIIa e IIIb, a sobrevivência em um ano foi de 75% e em três anos foi de 25%. Esse último permanece livre da doença. Complicações do tratamento radioterápico ocorreram em oito doentes (57,1%). Nenhum óbito foi constatado durante o tratamento RT/QT. Os dois doentes, (14,3%) com sorologia positiva para HIV, apresentavam infecção anal pelo Papilomavírus humano (HPV). CONCLUSÃO: A análise dos nossos resultados evidenciou que o esquema de tratamento empregado foi efetivo para o controle local e preservação da função esfincteriana do ânus e que, na falha do tratamento radioquimioterápico, a operação de resgate controlou localmente a doença.
ASSUNTO(S)
carcinoma de células escamosas radioterapia quimioterapia
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