Avaliação do potencial erosivo de sucos de frutas tropicais brasileiras / Assessment of the erosive potential of brazilian tropical fruit juices

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/07/2011

RESUMO

Erosão dental é a perda crônica de tecido dentário ocasionada quimicamente por ácidos, sem ação bacteriana envolvida. Considerando a falta de informações sobre sucos preparados a partir de frutas tropicais e sua relação com a erosão, o objetivo do presente estudo foi avaliar o pH, a acidez titulável e o conteúdo de cálcio dos sucos das frutas araçá-boi, camu-camu, cupuaçu, taperebá e umbu. Também se objetivou verificar a capacidade erosiva dos sucos em um modelo in vitro e a capacidade tamponante da saliva sobre os mesmos em um modelo in vivo. Para o estudo in vitro, foram utilizados blocos de esmalte bovino, selecionados pela dureza de superfície e análise perfilométrica, e aleatorizados entre sete grupos de tratamento (n=5): água destilada deionizada (controle negativo), sucos de araçá-boi, camu-camu, cupuaçu, taperebá e umbu e ácido cítrico 1% pH 3,75 (controle positivo). Foram realizados 4 tratamentos diários dos blocos de esmalte com os sucos e soluções, a partir da imersão individual dos blocos por 2 minutos, a cada 2 horas, por 5 dias. Nos intervalos entre os tratamentos, os blocos foram imersos em solução remineralizadora. Ao final de cada dia e ao final do experimento, os blocos foram avaliados quanto à dureza de superfície e análise perfilométrica, respectivamente. No trabalho in vivo, a capacidade tamponante da saliva de 12 voluntários adultos sobre o pH dos sucos e soluções controles foi avaliada. A saliva dos voluntários foi coletada antes do início do estudo, sem e com estimulação, para determinação do fluxo salivar. Os voluntários então colocaram 15 mL do suco ou solução controle na boca, sem bochechar e sem deglutir, por 10 segundos, e todo o líquido presente na boca foi coletado e teve o pH determinado. A saliva não estimulada foi novamente coletada 15, 30, 45, 60, 90 e 120 segundos após exposição aos sucos e solução controle, e o pH de todas estas amostras foi determinado. Os resultados foram submetidos à análise estatística e o limite de significância foi de 5%. O suco de umbu apresentou o menor pH (2,52) e a maior concentração de cálcio (2,06 mM), porém não diferiu do suco de taperebá, e juntamente com os sucos de araçá-boi e camu-camu, apresentou a maior acidez titulável (8,3 mmoles de NaOH para atingir pH 7,0). No estudo in vitro, os blocos dentais tratados com araçá-boi, taperebá e umbu apresentaram os maiores percentuais de perda de dureza de superfície, os quais diferiram significativamente dos blocos tratados com o controle positivo e com o suco de cupuaçu. A análise perfilométrica revelou que os sucos de araçá-boi e umbu resultaram em perda de superfície significativamente maior que o controle positivo. No estudo in vivo, a área sob a curva de pH versus tempo foi significativamente menor para todos os sucos estudados do que para o controle negativo. Os resultados do presente estudo sugerem que, apesar dos sucos das frutas estudadas apresentarem potencial para causar erosão, a saliva humana não estimulada é capaz de rapidamente ter seu pH restabelecido após exposição aos sucos

ASSUNTO(S)

frutas - amazonia dentes - erosão esmalte dentário fruits teeth dental enamel

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