Avaliação do potencial citotóxico das lectinas de Canavalia ensiformis, Canavalia brasiliensis e Cratylia floribunda / EVALUATION OF THE CYTOTOXIC POTENTIAL OF LECTINS Canavalia ensiformis, Canavalia brasiliensis e Cratylia floribunda.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Lectinas constituem uma classe de glicoproteínas que ligam-se reversivelmente e seletivamente à carboidratos, sendo capazes de distinguir pequenas diferenças estruturais em oligossacarídeos complexos. Estudos têm mostrado que a ligação de lectinas a carboidratos de superfície de células normais e tumorais provoca vários efeitos biológicos, tais como, proliferação celular em linfócitos normais e apoptose em células tumorais. Neste trabalho, foi investigado a citotoxicidade das lectinas de plantas Canavalia ensiformis (ConA), Canavalia brasiliensis (Conbr) e Cratylia floribunda (CFL), sobre linhagens de células normais e tumorais. Inicialmente, a atividade citotóxica das lectinas foi avaliada pelos ensaios de redução do sal de tetrazólio (MTT) e medida do conteúdo de ácidos nucléicos (CAN). As lectinas ConA, Conbr e CFL não diminuíram a viabilidade de células normais (macrófagos peritoneais), no entanto, mostraram-se citotóxicas para as linhagens tumorais J774, MCF-7, MOLT-4 e HL-60. O ensaio de MTT foi o mais sensível aos efeitos das lectinas sobre a viabilidade celular do que o ensaio de CAN, sendo ConA a lectina mais citotóxica, seguida de Conbr e CFL. Os valores de CI50 variaram em torno de 10, 20 e 45μg/mL, para ConA, Conbr e CFL repectivamente. O potencial genotóxico das lectinas também foi avaliado usando o teste do cometa, mostrando que essas proteínas produziram alto índice de lesões do DNA nas células MCF-7, MOLT-4 e HL-60, atingindo uma freqüência de danos superior a 70% na concentração de 50μg/mL para todas as lectinas. Nessas mesmas linhagens tumorais, as lectinas também causaram alterações morfológicas, avaliadas por coloração diferencial com brometo de etídeo e laranja de acridina, características de apoptose, sendo possível observar necrose nas concentrações mais elevadas. Nos ensaios que avaliaram apoptose, as lectinas ConA, Conbr e CFL causaram fragmentação internucleossomal e perda da integridade de membrana, nas maiores concentrações testadas e despolarização mitocondrial. Concluiu-se que as lectinas ConA, Conbr e CFL são citotóxicas para as células tumorais causando morte celular por apoptose, podendo ser consideradas como uma classe de moléculas com elevado potencial antitumoral.

ASSUNTO(S)

lectinas citotoxicidade cytotoxicity apoptosis. apoptose cancer lectins câncer genotoxicidade farmacia genotoxicity

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