Avaliação do peso em mulheres usuarias de acetato de medroxiprogesterona de deposito com diferentes indices de massa corporal / Weight evaluation in women using depot-medroxyprogesterone acetate with different body mass index

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: O ganho de peso tem sido referido como razão frequente para descontinuação do uso do contraceptivo injetável trimestral com acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD). Objetivo: Determinar a variação do Índice de Massa Corporal (IMC) e do peso em mulheres usuárias do AMPD, com diferentes IMC no início de uso do método, e compará-los ao de mulheres usuárias de dispositivo intrauterino (DIU) TCu 380A, até seis anos de uso. Métodos: Estudo retrospectivo com revisão de prontuários realizado na Unidade de Reprodução Humana da FCM/UNICAMP, com obtenção de dois grupos de mulheres usuárias e tempos de seguimento entre três a seis anos. O primeiro grupo foi constituído por 379 mulheres usuárias de AMPD e 379 mulheres usuárias de DIU TCu 380A pareadas por idade e IMC com seguimento de três anos. O segundo grupo foi constituído por 226 mulheres usuárias de AMPD e 603 usuárias de DIU TCu 380A seguidas por seis anos. Em ambos os grupos, as mulheres foram distribuídas conforme o IMC inicial nas categorias de peso normal (IMC<25kg/m2), sobrepeso (IMC=25-29,9kg/m2) e obesas (IMC =30kg/m2) e comparadas anualmente com medidas de peso e IMC, em relação à população utilizada como controle. Aplicou-se o teste estatístico ANOVA para medir a variação de peso e IMC entre os grupos a cada ano. Resultados: No seguimento de três anos, a idade das usuárias de AMPD foi de 30,8 ± 6,8 anos e número de partos 2,6 ± 1,6 (média ± DP), enquanto o grupo de usuárias de DIU foi de 30,9 ± 6,8 anos e 3,0 ± 2,0 partos, não havendo diferenças no peso, altura e IMC iniciais entre os grupos. Nas categorias de peso normal e sobrepeso observou-se aumento do IMC das usuárias do AMPD em relação às usuárias de DIU TCu380A (p<0,01 e p<0,0001, respectivamente) e também em relação ao tempo de uso do método (p=0,0005 e p<0,0001, respectivamente). Na categoria obesas não houve variação na elevação do IIMC entre os grupos. Na segunda análise, com seguimento de seis anos, a média de idade da amostra de mulheres foi maior no grupo de estudo que nos controles em todos os grupos: 31,6 ± 7,1 anos X 27,4 ± 5,5 anos (p<0,0001) na categoria peso normal; 37,3 ± 6,8 anos X 29,2 ± 6,0 anos (p<0,0001) na categoria sobrepeso; e 35,3 ± 6,4 anos X 29,7 ± 5,8 anos (p<0,0001) na categoria obesas. Após análise de covariância com ajuste para idade, as usuárias de AMPD apresentaram aumento de peso em relação à população-controle na categoria sobrepeso (p=0,0082); e o aumento de peso com o tempo de uso do método também foi maior no grupo de usuárias de AMPD que nos controles na categoria peso normal (p<0,0001) e sobrepeso (p=0,0008). Na categoria obesas não houve variação no aumento de peso e do IMC entre os grupos, nem em relação ao tempo de uso do método. Conclusões: Não houve variação do IMC e do peso das mulheres obesas usuárias de AMPD durante os seguimentos de três e seis anos. Estudos prospectivos deverão ser realizados com testes metabólicos para determinar os fatores desencadeantes do ganho de peso nas mulheres usuárias de AMPD com peso normal e sobrepeso

ASSUNTO(S)

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