Avaliação do perfil lipídico de pacientes diabéticos e hipertensos tratados com captopril

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-06

RESUMO

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA: Doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa mundial de morte em indivíduos adultos, e como importantes fatores de risco tratáveis envolvidos estão o diabetes mellitus (DM), as dislipidemias e a hipertensão arterial sistêmica (HAS). O tratamento com anti-hipertensivos pode provocar alterações indesejáveis no perfil lipídico, atenuando seus efeitos benéficos antiaterogênicos na redução da pressão arterial (PA). OBJETIVO: Avaliar o perfil lipídico de indivíduos diabéticos tipo 2 com hipertensão essencial tratados somente com captopril ou em combinação com outros anti-hipertensivos, procurando evidenciar a melhora no padrão lipídico destes pacientes, levando a efeito protetor. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados níveis de colesterol total (CT), colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL-C), colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e triglicérides (TG) de 140 pacientes encaminhados ao laboratório de análises clínicas da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), com idade média de 59,7 ± 10,9 anos, de ambos os sexos, portadores de diabetes tipo 2 e hipertensão. O controle glicêmico foi determinado pela dosagem de hemoglobina glicada (HG). Estes pacientes foram subdivididos de acordo com controle metabólico glicêmico (satisfatório ou comprometido) em dois grupos: tratados somente com captopril (DC) e tratados com combinação captopril e hidroclorotiazida (HCTZ). Dos pacientes com HG < 8,8% (controlado), DC e HCTZ apresentaram respectivamente níveis de CT (210,2 ± 43,7 e 198,3 ± 37,5), HDL (49 ± 10,9 e 49,2 ± 8,7), LDL (126,9 ± 43,3 e 119,8 ± 23,8), TG (181,9 ± 86,4 e 161,2 ± 83,8) e G (151,3 ± 51,4 e 163 ± 66,5), não havendo diferenças significativas entre eles. Já nos pacientes com HG > 11,2% (não-controlado), DC e HCTZ obtiveram respectivamente níveis de CT (214,3 ± 45,9 e 197 ± 49,5), HDL (35,3 ± 20,5 e 41,5 ± 0,7), LDL (121 ± 43,3 e 116,5 ± 38,9), TG (271,5 ± 175,2 e 194 ± 49,5) e G (232,3 ± 102,9 e 272 ± 53,7), também não havendo diferenças significativas. No entanto, observa-se que, nestes últimos, a combinação do captopril com hidroclorotiazida levou a menores níveis de TG e níveis de HDL ligeiramente elevados, indicando que a associação tem efeito protetor, diminuindo o risco ateroesclerótico desses pacientes e minimizando o efeito deletério aterogênico da HCTZ.

ASSUNTO(S)

perfil lipídico diabetes mellitus tipo 2 hipertensão arterial captopril

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