Avaliação do perfil lipídico de crianças e adolescentes de 2 a 19 anos atendidos nas unidades ambulatoriais do Laboratório Médico Santa Luzia em Florianópolis-SC e análise comparativa entre os sexos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O processo da doença cardiovascular e os fatores de risco associados, especialmente a dislipidemia, iniciam durante a infância. O presente estudo tem por objetivo avaliar o perfil lipídico de crianças e adolescentes de 2 a 19 anos, atendidas no Laboratório Médico Santa Luzia, no período de janeiro de 2002 a maio de 2008. O estudo se propôs ainda, comparar a população utilizando a estratificação por faixas etárias e gênero e a prevalência de dislipidemia na população estudada utilizando os critérios da I Diretriz Brasileira de Prevenção de Dislipidemia na Infância e Adolescência. Os participantes com glicemia de jejum alterada tiveram seu perfil lipídico avaliado. Foram utilizados os dados: colesterol total (CT), HDL-colesterol (HDL-C), LDL-colesterol (LDL-C), triglicerídeos (TG), colesterol não-HDL e das relações CT/HDL-C e LDL-C/HDL-C. Os resultados obtidos da população (n=22.530) foram de 163,4431,04 mg/dL para CT; 52,6711,23 mg/dL para HDL-C; 93,5824,98 mg/dL para LDL-C e 81,3744,06 mg/dL para TG. Para as relações CT/HDL-C, LDLC/ HDL-C e para não-HDL-C foram encontrados valores de 3,180,73; 1,830,60 e 109,7728,40, respectivamente. Dos participantes avaliados, 58,8% (13.240) apresentaram dislipidemia, sendo que 38,7% (8.717) apresentaram hipercolesterolemia; 10,3% (2.331) hipertrigliceridemia; 7,8% (1.761) valores elevados de LDL-C e 23,6% (5.326) apresentaram HDL-C diminuídos. Alterações nas relações CT/HDL-C, LDLC/HDL-C no não-HDL-C foram observadas respectivamente em 27% (4.716), 22,3% (3.905) e 3,7% (643) participantes. Os valores de CT foram estatisticamente significantes quando comparadas as faixas etárias. Para HDL-C, não foi encontrada diferença estatística na comparação da faixa etária de 10 a 14 anos com a faixa etária de 15 a 19 anos. O LDL-C e o TG não apresentaram diferenças estatísticas apenas na comparação entre as faixas etárias 2 a 5 anos e 6 a 9 anos. Quando comparado o perfil lipídico do sexo feminino e masculino, foram observadas diferenças estatisticamente significantes no CT (p<0,001), TG (p=0,03), LDL-C (p<0,001), HDL-C (p <0,001), não-HDL-C (p<0,001) e ainda para relações COL-C/HDL-C (p<0,001) e LDL-C/HDL-C (p<0,001). Observou-se que quando comparado o perfil lipídico do sexo feminino e masculino, de 2 a 5 anos, apenas na variável HDL-C (p=0,308) não apresentou diferenças estatisticamente significante. De 6 a 9 anos, todas as variáveis analisadas apresentaram diferenças. De 15 a 19 anos, apenas para a variável TG (p=0,370) não foram observadas diferenças entre os sexos. Na faixa etária de 10 a 14 anos não foram observadas diferenças entre todas as variáveis analisadas. A maturação sexual do sexo masculino na faixa etária entre 15 e 19 anos refletiu em diminuição dos valores de CT, LDL-C e HDL-C. Não foi evidenciado o efeito favorável do estradiol no perfil lipídico das meninas após a puberdade. As adolescentes apresentaram valores mais altos para CT e LDL-C comparadas às meninas entre 10 e 14 anos e aos meninos de mesma faixa etária. Os participantes com glicemia maior que 100mg/dL possuíam na maioria dos casos (64,7%) dislipidemia associada, sendo, 39,7% com hipercolesterolemia e 26,7% com valores baixos de HDL-C. Os valores de perfil lipídico obtidos foram semelhantes aos relatados por outros estudos realizados em Florianópolis e denotam a necessidade de políticas em saúde voltadas a prevenção das dislipidemias na infância e adolescência desta população.

ASSUNTO(S)

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