Avaliação de um painel de microssatélites para identificação animal/averiguação de paternidade e estrutura genética da população de cavalos da raça Mangalarga Marchador

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/02/2012

RESUMO

Introdução: A raça de cavalos Mangalarga Marchador é a mais numerosa no Brasil com mais de 400 mil animais registrados. Originou-se no final do século XIX no sul de Minas Gerais a partir de cruzamentos de animais Alter, Andaluz, Arabe, Crioulo e Quarto de Milha. A principal característica da raça é a marcha, que consiste no passo acelerado. Dois objetivos principais nortearam a realização deste trabalho: avaliar a eficiência do painel de marcadores microssatélites em uso para verificação de parentesco em cavalos MM e caracterizar a estrutura genética da população. Material e métodos: Foram analisados 6.092 animais nascidos em 2008 e 2009, evitando-se assim sobreposição de geração. Foram analisados dados relativos a 14 marcadores moleculares da classe dos microssatélites (AHT4, AHT5, ASB2, ASB17, ASB23, CA425, HMS1, HMS2, HMS3, HMS6, HMS7, HTG4, HTG7 e VHL20). Foram estabelecidas frequências alélicas e genotípicas, heterozigosidade observada e esperada, conteúdo de informação polimórfica (PIC), poder de exclusão (PE), índice de paternidade (IP), índice de paternidade combinado (IPC), Equilíbrio de Hardy-Weinberg (EHW), AMOVA e estatísticas F (FST, FIS e FIT). Além disto, averiguou-se a presença de alelos nulos, exclusão de alelos grandes (large allele dropout), erros de genotipagem causados por stuttering. Como correção da múltipla testagem, usou-se Bonferroni para um alfa de 0,05. Para estas análises, foram utilizados os softwares: GENEPOP 4.0, Arlequim 3.11, Powerstats 1.2, MicroChecker 2.2.3. Resultado e Discussão: Foram averiguados 129 alelos, com uma média de 9,2 alelos por marcador, variando de 5 a 20 alelos. A heterozigosidade observada média foi de 0,702 (0,536 a 0,813), a PE global foi de 0,443 (0,221 a 0,624), o PIC médio foi de 0,68 (0,5 a 0,8) e o IP combinado foi 99,9687%. Os valores extremos para todas as estatísticas referidas acima foram sempre do HTG7 (o menor) e do ABS17 (o maior). A análise de alelos nulos pelo Microchecker só mostrou evidências de alelos nulos na população de MG para os marcadores AHT5, ASB2, HMS2, HMS3, HMS6, HTG4, CA425, na população da BA, para os marcadores HMS3 e HTG7 e na população de PE, para os marcadores HTG7 e VHL20. Não foram encontradas evidências de exclusão alélica ou de erros de nomeação gerados por stuttering. Para a análise de estrutura de população, a amostra foi considerada em conjunto ou subdividida conforme o estado de nascimento do animal. Na amostra total, os marcadores ASB2, ASB23, CA425, HMS2, HMS6 e VHL20 apresentaram desvios significativos dos esperados sob condições de EWH. Alguns marcadores apresentaram desvios do EHW em algumas populações (MG, MS e PA). O marcador que mais frequentemente se distanciou do EHW foi o HMS2. Os resultados da AMOVA sugeriram que a maior variação está dentro das populações (99,4) e não entre elas (0,6). O FST na população em geral considerando-se todos os loci foi de 0,006, sugerindo pouca diferenciação entre as populações. O FIS apresentou valores muito próximos de zero, não sendo significante para a grande maioria dos marcadores analisados. A comparação das populações por FST par a par, mostrou maior distanciamento entre as populações dos estados de MS-AL, MS-PA e MS-RN. As mais próximas foram SP e MG. Entretanto, a grande maioria das comparações evidenciou FST muito baixos e altamente significantes. Conclusão: Os resultados das análises estatísticas obtidos para o conjunto de marcadores analisados, como: PIC médio, PE médio e IP combinado sugerem que este painel analisado é eficiente para a raça estudada. Não houve evidências fortes de que a população esteja subestruturada, ou seja, se existe estruturação na população estudada sua base não é geopolítica.

ASSUNTO(S)

genética teses.

Documentos Relacionados