Avaliação de segurança do Sistema Alair® de termoplastia brônquica no tratamento de pacientes asmáticos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A asma é frequentemente uma doença debilitante caracterizada por dispnéia, chiado no peito, tosse e dificuldade respiratória, comumente controlada por fármacos. Independente do fator precipitante inicial, a contração da musculatura lisa e subseqüente estreitamento das vias aéreas determinam uma obstrução do fluxo de ar, sendo este o principal mecanismo fisiopatológico envolvido em exacerbações além de determinar a persistência e gravidade dos sintomas. A prevenção e/ou redução da contratilidade da musculatura lisa reduz a broncoconstrição e conseqüentes sintomas que este fenômeno causa. A termoplastia brônquica (Sistema Alair®) fornece uma nova abordagem de tratamento que utiliza energia de radiofreqüência para aplicar calor controlado à parede das vias aéreas com efeito resultante de reduzir a quantidade de musculatura lisa das vias aéreas e sua capacidade de estreitá-la. Vários estudos demonstraram a eficácia do tratamento de termoplastia brônquica , bem como a freqüência de eventos adversos após os procedimentos, indicando um bom perfil de segurança deste procedimento. O objetivo deste estudo foi avaliar os eventos adversos imediatos nos pacientes com asma estável submetidos ao tratamento de termoplastia brônquica, comparando com o grupo controle sham, submetido ao procedimento simulado, sem tratamento. O estudo constitui-se na sub-análise de segurança, de dados locais de dois ensaios clínicos ¿ AIR e AIR2, de pacientes com asma persistente não controlada, porém estável no momento do procedimento, tratados no centro de Pesquisa Clínica do Pavilhão Pereira Filho (PPF) com o tratamento de termoplastia Alair®. Foram incluídos na análise 55 pacientes, sendo 40 pacientes do grupo tratamento (T) e 15 pacientes do grupo controle sham (C). A distribuição quanto à idade, sexo e raça não foram estatisticamente significantes entre os grupos, porém diferiram quanto à média do PC20, VEF1 e a dosagem do tratamento farmacológico, sugerindo que o grupo tratamento tenha asma um pouco mais severa que o grupo controle. No grupo tratamento 92,5% dos pacientes apresentaram eventos adversos e no grupo controle 80%. Os eventos adversos mais freqüentes apresentados por ambos os grupos foram exacerbação da asma (62,5% T e 46,7% C), infecções das vias aéreas superiores (37,5% T e 46,7% C), dor torácica (17,5% T e 20% C), dor de cabeça (17,5% T e 6,7% C), tosse (12,5% T e 13,3% C) e faringite (10% T e 6,7% C). Os resultados deste estudo mostram que o tratamento de termoplastia brônquica aumenta os sintomas respiratórios no pós-imediato do procedimento. Os eventos adversos observados nos estudos foram eventos já esperados, os mesmos tiveram curta duração e boa resposta a terapias usuais.

ASSUNTO(S)

pneumopatias asma tratamento

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