Avaliação da segurança alimentar das toxinas Cry1Ia12 e Cry8Ha1 em mamíferos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Com a aprovação do plantio de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) no Brasil, e com a Lei de Biossegurança/2005, é importante que sejam ampliados e efetivados os estudos toxicológicos de proteínas que são expressas em cultivares transgênicas de interesse econômico, a fim de garantir a sua segurança alimentar para o consumo humano e animal. Os genes cry, denominados cry1Ia12 e cry8Ha1, isolados pelo nosso grupo de pesquisa, a partir de uma estirpe de Bacillus thuringiensis, estão sendo introduzidos em cultivares de algodão, com o intuito de gerar resistência ao ataque de insetos-praga, reduzindo dessa forma o uso indiscriminado de pesticidas, aumentando a qualidade dos produtos finais. No presente trabalho, as atividades desenvolvidas tiveram como foco a avaliação dos efeitos antinutricionais e/ou tóxicos, em mamíferos (ratos), das toxinas entomotóxica Cry1Ia12 e Cry8Ha1 em ensaios sub- crônico e agudo. Para isso, foi estabelecido e otimizado um sistema de expressão heteróloga e de purificação dessas entomotoxinas em larga escala. No ensaio sub- crônico, as toxinas Cry1Ia12 e Cry8Ha1 foram incluídas na dieta dos animais, na proporção de 100 mg/Kg de dieta, representando 0,1% da proteína total, e ofertadas durante 10 dias. Como proteína de referência ou padrão foi utilizada albumina da clara do ovo, por ser de alto valor biológico. Nenhum efeito adverso oriundo do consumo das proteínas teste foi observado nos animais, quando comparados àqueles que receberam a proteína padrão. Os diferentes parâmetros analisados compreenderam taxa de crescimento, ganho de peso, consumo de dieta, eficiência alimentar, balanço nitrogenado, utilização líquida de proteína (NPU), digestibilidade in vivo, valor biológico, peso seco relativo de órgãos internos e glândulas anexas, histologia do duodeno e bioquímica sanguínea. No ensaio agudo, as toxinas Cry1Ia12 e Cry8Ha1 foram administradas aos animais em jejum de 12 horas, com auxílio de uma sonda orogástrica, em dose única, encerrando 12 mg de proteína dissolvida em NaCl 0,15 M, calculada com base na quantidade total de proteína ingerida no experimento sub- crônico. Como controle foi utilizado apenas NaCl 0,15 M. A taxa de mortalidade dos ratos foi zero, não tendo sido detectada qualquer alteração de comportamento. Os resultados obtidos demonstraram a inexistência de efeitos antinutricionais e tóxicos em ratos após a administração das toxinas Cry1Ia12 e Cry8Ha1, evidenciando a segurança alimentar dessas proteínas e reforçando o seu potencial de utilização no desenvolvimento do algodão GM com resistência a insetos-praga.

ASSUNTO(S)

proteínas ciencias biologicas tecnologia de alimentos

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