Avaliação da capacidade de discriminação do sinal cromático da "pele sexual" do Cebus libidinosus

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Diferentemente dos primatas do Velho Mundo que possuem tricromacia uniforme, os primatas do Novo Mundo apresentam um polimorfismo da visão de cores relacionado ao sexo, no qual todos os machos são dicromatas e as fêmeas podem ser dicromatas ou tricromatas. Estudos sugerem algumas implicações ecológicas da visão de cores na identificação de alimentos, potenciais predadores e coespecíficos. Com relação a este último item, embora haja relatos tanto de sinais cromáticos que podem ser utilizados na identificação do estado sexual de coespecíficos, bem como alterações na pele sexual de fêmeas de primatas do Velho Mundo, não há ainda muitos estudos que enfoquem as vantagens fenotípicas da visão dos primatas do Novo Mundo. O presente estudo teve por objetivo investigar se existe alguma vantagem entre os fenótipos visuais de Cebus libidinosus na detecção da alteração de coloração da pele sexual de fêmeas. Durante dois meses foi acompanhado o contraste de cor da região genital de seis fêmeas cativas de Cebus libidinosus por meio de mensurações com um espectrofotômetro. O contraste de cor, em unidades de JND (uma medida perceptual), foi estabelecido baseado na comparação de mensurações da genitália e áreas adjacentes. Os fenótipos tricromatas apresentaram maiores valores de JND (just noticeable difference) que os dicromatas. Entretanto, não houve diferença entre os fenótipos na capacidade de discriminação das áreas mensuradas. Para todas as condições, dicromatas e tricromatas apresentaram valores semelhantes na detecção do contraste de cor, o que permite concluir que o sinal cromático que é apresentado pela fêmea de macaco-prego pode ser identificado tanto por outras fêmeas quanto por machos coespecíficos.

ASSUNTO(S)

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