AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA DO EXTRATO METANÓLICO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE PREPARAÇÕES EXTRATIVAS DAS PARTES AÉREAS DE Marrubium vulgare L. (Lamiaceae) / EVALUATION OF GASTROPROTECTIVE ACTIVITY OF METHANOL EXTRACT PREPARATIONS AND TECHNOLOGICAL DEVELOPMENT OF EXTRACT FROM AERIAL PARTS OF Marrubium vulgare L. (LAMIACEAE)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Marrubium vulgare L. (Lamiaceae) é uma planta de origem européia, popularmente conhecida no Brasil por marroio, maromba, ou erva de sapo, entre outros, cujo chá tem sido usado no tratamento de inflamações, dispesias e desordens gastrointestinais. O presente trabalho teve como objetivos avaliar o potencial gastroprotetor do extrato metanólico (EMMV) e do seu diterpeno majoritário, a marrubiína (Mb), contribuindo para o desenvolvimento tecnológico de fitoterápicos a base desta planta. A atividade gastroprotetora foi avaliada utilizando-se o modelo de úlceras agudas induzidas por etanol/HCl e AINE/simpaticomimético, a atividade sobre a secreção gástrica, através da ligadura de piloro e doseamento de muco e os possíveis mecanismos da gastroproteção, estudando-se a participação do sistema do óxido nítrico e dos grupamentos sulfidrilas, pelos modelos L-NAME e NEM, respectivamente. Para a caracterização física e química da droga vegetal, foram realizadas duas coletas em Bom Retiro/SC, sendo uma no verão de 2009 e outra no inverno de 2010. As partes aéreas foram secas, moídas e caracterizadas quanto à perda por secagem (PS), granulometria média (Gm), cromatografia em camada delgada (CCD) para terpenóides, teor de extrativos solúveis em água quente (TE), teor de flavonóides equivalentes em quercetina (EQ) e fenólicos totais equivalentes em ácido gálico (EAG). Após coleta, tratamento e caracterização da droga vegetal, foi avaliado o efeito da extração com água, por decocção e infusão, e com as misturas hidroalcoólicas, por maceração estática, sobre o teor de fenólicos totais e presença de Mb nas CCDs. Após a seleção do solvente e método de extração, foram desenvolvidas nove soluções extrativas, seguindo planejamento fatorial 32, no qual se variou o tempo de extração (5, 10 e 15 dias) e relação planta: solvente (5, 7,5 e 10%, m/V), estudando-se o efeito destas variáveis sobre o resíduo seco (RS), teor de Mb (TM), por cromatografia gasosa (CG), e EAG. Os resultados demonstraram que tanto o EMMV, como a Mb reduziram o índice de lesões induzidas por etanol, quando comparados ao grupo controle, sendo que nos grupos tratados com EMMV 25, 50 e 100 mg/kg houve redução de 18,20 2,57, 14,60 3,07 e 7,40 2,01, respectivamente, demonstrando efeito superior ao tratamento com Mb (25 mg/kg), que causou um índice de redução de 11,00 2,38. Tanto o EMMV, como a cimetidina (CM) (controle positivo), inibiram significativamente as lesões induzidas por indometacina, quando comparados ao grupo controle, sendo que, nos grupos tratados com EMMV 25, 50 e 100 mg/kg houve inibição de 50,32 5,60, 66,24 4,30 e 83,17 4,09%, respectivamente, equiparáveis ao tratamento com CM (100 mg/kg), que causou inibição de 67,52 4:38%. Todas as doses de EMMV e Mb causaram alterações significativas de pH, volume e acidez total, quando comparados ao grupo controle e aumento significativo (p<0,01) do muco. Os resultados demonstram que a gastroproteção induzida pelo EMMV e Mb estão altamente relacionados com a atividade do óxido nítrico, segundo o modelo L-NAME, e ligeiramente relacionada às sulfidrilas, segundo modelo NEM. A PS das partes aéreas frescas foi em média 83% (m/m). A presença de Mb foi confirmada por CCD em todos os EMMV. Não houve diferença significativa entre as coletas realizadas no inverno e verão quanto aos parâmetros de EAG, EQ e TE, que foram em média 7,64 mg/g, 2,79 mg/g e 32,71%, respectivamente. Para o estudo de otimização foi selecionado o método de maceração com álcool 70%, utilizando-se as partes aéreas (61% de folhas e 39% de caules), secas e moídas, classificadas como pós-grossos (Gm = 2,86 mm). O TM variou de 1,53 mg/mL (5%; 10 dias) a 6,46 mg/mL (7,5%, 5 dias); o EAG variou de 0,603 mg/mL (5%; 15 dias) a 1,13 mg/mL (10%; 10 dias) e o RS de 0,805% (5%; 15 dias) a 1,592% (10%; 5 dias). Apenas o EAG e o RS sofreram influência significativa (p<0,01) da relação planta: solvente. Pode-se sugerir que a atividade gastroprotetora esteja ligada a fatores antioxidantes. Recomenda-se o tempo de 10 dias e relação planta: solvente de 5,7% e 10% para a extração otimizada de marrubiína

ASSUNTO(S)

marrubium vulgare soluções extrativas gastroproteção marrubiína farmacognosia produtos naturais marrubium vulgare extract solution gastroprotection marrubiin

Documentos Relacionados