Avaliação da aprendizagem na educação inclusiva: os discursos pedagógicos e clínicos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A presente pesquisa - vinculada ao Grupo de Pesquisa Políticas Públicas de Currículo e Avaliação do PPGE da UNIVALI - teve como propósito aprofundar estudos sobre avaliação da aprendizagem, na perspectiva da Educação Inclusiva, a partir da análise dos discursos pedagógicos e clínicos sobre alunos com necessidades educacionais especiais matriculados em escola da Rede Municipal de Ensino de Itajaí/SC. Decorridas duas décadas de implantação das políticas de integração e de educação inclusiva no Brasil (1980) observa-se que importantes iniciativas foram desenvolvidas como: garantia do acesso, implantação do atendimento educacional especializado na maioria dos municípios, aquisição de recursos pedagógicos e tecnológicos, no entanto, há inúmeras lacunas, entre elas a avaliação da aprendizagem, que comprometem de forma direta o desempenho do aluno, sua participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino. A abordagem metodológica adotada caracterizou-se pelo enfoque qualitativo, com base em pesquisa documental e análise do discurso. Relatórios descritivos dos professores e do atendimento médico e especializado foram às principais fontes de análise, no sentido de compreender as vozes que participam do discurso sobre a avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. Um olhar mais atento aos relatórios suscitou dois importantes eixos de análise: o discurso fortemente marcado pelo silenciamento pedagógico e o jogo de repasses de um aluno de ninguém. Para aprofundar a compreensão dos discursos procurou-se estabelecer um diálogo com interlocutores como Vygotsky e Bakthin, sustentados na abordagem histórico-cultural, mediante articulações com estudos de Eni Orlandi, no campo da análise do discurso. Com a mediação desses interlocutores foi possível observar as contradições e o jogo de repasses em um discurso que manifesta formações discursivas historicamente construídas. O estudo revelou a falta da informação pedagógica nos registros do processo de aprendizagem do aluno; o silêncio sobre os conhecimentos trabalhados e a resposta do aluno a esse ensino. Evidenciou traços marcantes de um movimento ou de um fluxo constante e vicioso de repasse do aluno ninguém, do professor para o médico, do médico para o atendimento especializado, e desse para a escola, num eterno retorno sem saídas. Nesse processo, muitos olham para ninguém e se lhe perguntarem quem efetivamente o viu, ele poderá dizer: ninguém, ninguém, ninguém

ASSUNTO(S)

inclusive education educação inclusiva learning evaluation educacao pedagogical discourse, clinical discourse avaliação da aprendizagem discurso pedagógico discurso clínico

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