Avaliação citologica e da flora vaginal em usuarias de sistema intra-uterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG) por longo periodo de tempo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Objetivo: Estudar as alterações citológicas e a flora vaginal nos esfregaços cérvico-vaginais de usuárias de sistema intra-uterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG), por um período de até sete anos. Métodos: O estudo foi realizado no Ambulatório de Planejamento Familiar da Universidade Estadual de Campinas, onde 187 mulheres tiveram o SIU-LNG inserido entre abril e setembro de 1998, ininterruptamente por sete anos consecutivos. Todas as mulheres incluídas faziam parte de um outro estudo para avaliar a eficácia do DIU por esse período de tempo e assinaram um termo de consentimento pós-informado. A cada consulta ginecológica, foram colhidos esfregaços endocervicais e ectocervicais, que foram enviados ao Laboratório de Citopatologia e classificados segundo Bethesda 2001. Todas as mulheres incluídas na análise tinham citologia oncológica prévia negativa denominada citologia oncológica (CO) zero e pelo menos uma citologia pós-inserção. Foram designadas CO1 as citologias colhidas entre seis meses e um ano pós-inserção, CO2 aquelas colhidas entre um ano a dois anos pós-inserção e assim, sucessivamente, até CO7 para as citologias com mais de seis anos pós-inserção. Para a avaliação microbiológica deste estudo, todas as lâminas foram revisadas utilizando como critério diagnóstico a classificação de Bethesda 2001, exceto para a avaliação de vaginose bacteriana que foi considerada a presença de 20% ou mais de clue cells no Papanicolaou. Nos casos inconclusivos, os esfregaços foram enviados para uma médica citopatologista designar o diagnóstico final. A incidência das alterações citológicas e a flora vaginal ao longo dos sete anos de uso do SIU-LNG, foram analisadas através do teste de tendência Cochran-Armitage. Resultados: Durante os sete anos de seguimento do SIU-LNG, houve maior freqüência de infecção por cândida sp nestas usuárias. Não foram encontradas diferenças significativas em relação a qualquer outra alteração microbiológica ao longo dos sete anos de uso. Em relação à presença de alterações citológicas, não foram encontrados resultados estatisticamente significativos, apesar de ter sido observado um aumento na frequência de alterações citológicas no sexto ano de uso do SIU-LNG. Conclusão: O uso prolongado do SIU-LNG esteve associado a uma maior frequência de cândida sp. Entretanto, há a necessidade de se considerar que as queixas clínicas de cândida sp vaginal não foram referidas pelas usuárias, mas sim observadas em seus esfregaços cérvico-vaginais. Em relação a patologia cervical o SIU-LNG mostrou-se seguro, pois não se observou, no Papanicolaou, desenvolvimento de lesões intra-epiteliais de alto grau ou neoplasia cervical ao longo dos sete anos de uso

ASSUNTO(S)

papanicolau dispositivos intra-uterinos candida sp levonorgestrel citologia

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