Atividade antiulcerogênica de extratos e frações de Struthanthus marginatus (Desr.) Blume, Loranthaceae. / Antiulcerogenic activity of extracts and fractions Struthanthus marginatus (Desr.) Blume, Loranthaceae.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/12/2011

RESUMO

Struthanthus marginatus (Desr.) Blume (erva-de-passarinho), Loranthaceae, é popularmente indicada para o tratamento de enfermidades do estômago. Nesse trabalho foi realizado um estudo com os extratos aquoso (EA) e hidroalcoólico (EHA) das folhas de S. marginatus com vistas a pesquisar a atividade gastroprotetora e analisar a composição química dos mesmos. O EA liofilizado, particionado em água e n-butanol, forneceu as frações aquosa (FA) e butanólica (FB). O EHA (70%), por fracionamento líquido/líquido em hexano (H) e clorofórmio (C), forneceu as frações FH e FC. A fração insolúvel em H ou C foi denominada fração residual (FR). Nos modelos de indução de úlcera por etanol, indometacina e estresse o tratamento de ratos com os extratos (125-1000 mg/kg, v.o.) inibiu, significantemente, as lesões ulcerativas comparativamente aos controles negativos. No estudo da secreção gástrica em ratos submetidos à ligadura do piloro, o tratamento dos animais com os extratos produziu redução do volume e da acidez total, bem como um aumento do pH do suco gástrico. O tratamento de ratos com o EA ou EHA (1000 mg/kg, v.o.) aumentou também a produção de muco em 80,5% e 93,6%, respectivamente. O EA (125-500 mg/kg) e as frações (FA 330 mg/kg e FB 150 mg/kg), v.o., testados em camundongos no modelo de úlcera induzido por etanol, reduziram a área de lesão no estomago em 50%, 72,2%, 67,5% e 60,8%, respectivamente. Em camundongos pré-tratados com ester metílíco NG nitro L-arginina (L-NAME), um inibidor da oxido nítrico (NO) sintase, a ação gastroprotetora do EA foi de 53,9%, enquanto o pré-tratamento com salina mostrou uma proteção de 81,8%. Em camundongos pré-tratados com N-etilmaleimida (NEM), um bloqueador dos componentes sulfidrila, não influenciou a atividade gastroprotetora do EA. No estudo toxicológico agudo, o tratamento de camundongos com o EA ou EHA (5,0 g/kg, v.o.), não produziu qualquer alteração que os diferenciasse dos controles. Os EA, EHA,FA, FB e FR, testados pelo método de difusão em agar, apresentaram atividade anti-Helicobacter pylori. O EA, avaliado in vitro utilizando a capacidade de seqüestro do radical livre estável 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH), evidenciou elevada atividade antioxidante, resultando uma CI50 = 1,7 μg/mL, comparável ao padrão quercitina. A analise química por CLAE das FA e FB, demonstrou a presença dos mesmos componentes em concentrações diferentes. Análises de AE e RF por CG/EM permitiu a identificação de vários açúcares, ácidos orgânicos, entre eles uma mistura de ácidos clorogênicos, ácido quínico, ácido benzóico e ácido trans-paracumaroilquinic. A FR contem também catequina e epicatequina. A presença do ácido 3-trans cafeoilquínico foi confirmada por comparação com o padrão. Em conjunto, os resultados permitem sugerir que os extratos de S. marginatus, apresentam efeito gastroprotetor contra lesões agudas induzidas por agentes ulcerogênicos. O efeito inibitório da secreção acida gástrica e o estimulo à secreção de muco determinada pelos extratos podem contribuir para o processo gastroprotetor evidenciado. A ação gastroprotetora parece ocorrer ainda por mecanismos dependentes da atividade antioxidante dos compostos fenólicos e da participação do NO. Os resultados dão suporte ao uso etnofarmacológico da espécie e mostram seu potencial uso como fitoterápico gastroprotetor.

ASSUNTO(S)

farmacologia struthanthus marginatus erva-de-passarinho 3-trans caffeoylquinic acid catechin struthanthus marginatus erva-de-passarinho gastroproteção Ácido 3-trans cafeoilquínico catequina gastroprotection

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