Atenção gerenciada : instituinte da reforma neoliberal

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

o principal tópico deste tese é a análise da articulação entre processos macro e micropolíticos, e entre as condições estruturais e subjetivas das reformas dos sistemas de saúde na América Latina. Esta tese tem como base três textos sob a forma de artigos, sendo que um deles foi aceito para publicação na revista New England Journal of Medicine. Tomou-se a atenção gerenciada (AG) como analisadora que "silenciosamente" vai instituindo a reforma neoliberal. A AG é introduzida basicamente pelos capitais financeiros multinacionais, em especial, de origem estadounidense. Nesta instituição os participantes, como atores ou como sujeitos do processo vão sendo posicionados ou tomando posições. Os dados obtidos correspondem a uma investigação "Atención Gerenciada en América Latina: su papel en Ia reforma de los sistemas de salud", na qual fui a investigadora principal, de uma equipe de pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Equador e Estados Unidos. O produto da investigação e do pensamento reflexivo desenvolvido apresenta-se da seguinte maneira: caracterização do contexto no qual surge a preocupação por esta problemática e as buscas teóricas realizadas; uma seção destinada a explicitar os métodos utilizados, os três artigos, uma conclusão e os anexos necessários para compreender dados do estudo. Na conclusão se desenvolve uma análise integrada dos processos estruturais e macropolíticos em suas articulações com as transformações no nível do sentido comum, que são facilitadas pela dinâmica micropolítica e que produzem as modalidades específicas que assumem as reformas. Para isto parte-se dos conceitos ideológicos que sustentam a reforma que tem a AG como instituinte (que denominamos "fundamentos") mostrando sua articulação com os processos macropolíticos e as mudanças estruturais que produzem. Também são consideradas a importância que as mudanças no sentido comum tem, para que este instituinte transforme-se em um instituído e como isto é operado pelos processos micropolíticos que são gerados nas próprias instituições de saúde, dÇ>s quais são participantes os trabalhadores, profissionais e não profissionais. Coloca-se em contexto estes processos, apresentando-se alguns dados sobre os resultados do ajuste estrutural em nossas economias, que põem em evidencia os sem sentidos deste modelo neoliberal que se propõe como a única alternativa capaz de tornar eficientes e eqüitativos os sistemas de saúde. Integra-se a análise conceitos teóricos e experiênciasatternativas, a estas reformas, desenvolvidas pela saúde coletiva brasileira, em especial, pelos integrantes do Laboratório de Planejamento e Administração em Saúde (LAPA) da UNICAMP. Consideramos que elas compõem uma "caixa de ferramentas" com potencial para abrir o pensamento na direção de outros sentidos que facilitem a saída do estado de situação marcado pela impotência, iniquidade, falta de acesso da população, pela piora das condições sanitárias, e pela deterioração das condições de trabalho nas instituições de saúde

ASSUNTO(S)

estado neoliberalismo empresas medicas

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