Associações entre parâmetros neuromusculares, cardiorrespiratórios e de desempenho em atividades da vida diária em pacientes com insuficiência cardíaca

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A determinação dos parâmetros limitantes da capacidade funcional de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) ainda é bastante controversa na literatura. Objetivo: analisar as relações entre parâmetros neuromusculares, cardiorrespiratórios e de desempenho em atividades da vida diária em pacientes com IC. Métodos: foram estudados 12 pacientes portadores de insuficiência cardíaca crônica, de ambos os sexos (7 homens e 5 mulheres), e clinicamente estáveis sob uso otimizado de medicamentos para o tratamento e controle da IC. Quanto à classificação funcional segundo a New York Heart Association (NYHA) 8 pacientes (66,7%) eram classe II e 4 (33,3%) eram classe III. Os pacientes estudados tinham idade entre 34 e 59 anos (46,9 7,4 anos) e apresentavam IMC médio igual a 28,9 5,9 Kg.m-1. Os pacientes foram submetidos a teste ergoespirométrico (TE) máximo em cicloergômetro, teste neuromuscular em equipamento isocinético, teste ergoespirométrico de caminhada de 6 minutos (T6) em circuito e teste ergoespirométrico de desempenho em atividades da vida diária (AVD). Resultados: foi observada uma correlação significativa e positiva entre o pico de torque à velocidade angular de 60.s-1 em extensão no teste isocinético e o VO2 (r=0,77, p<0,01) no pico do teste de AVD, correlação significativa e negativa entre o trabalho total à velocidade angular de 60.s-1 em extensão no teste isocinético e o tempo do teste de AVD (r= 0,66, p<0,05). Houve correlação significativa e positiva entre o VO2 e a carga de trabalho no limiar anaeróbio do TE em cicloergômetro (r=0,69, p<0,05). Quanto ao T6 em circuito foi observada uma correlação significativa e positiva entre VO2 e a distância percorrida com o pico de torque à velocidade angular de 60.s-1 em extensão (r=0,83, p<0,01; e r=0,79, p<0,01 respectivamente). Houve correlação significativa e positiva entre a carga de trabalho no pico do TE em cicloergômetro e o VO2 e a distância do T6 em circuito (r=0,74, p<0,01; e r=0,62, p<0,05, respectivamente). Também foi observada correlação significativa e positiva entre o pico de torque à velocidade angular de 60.-1 em flexão no teste isocinético e o VO2, a carga de trabalho e o tempo do TE em cicloergômetro (r=0,74, p<0,01; r=0,68, p<0,05; e r=0,71, p<0,01, respectivamente). Não houve diferença significativa do VO2 e da FC no pico do teste ergoespirométrico em cicloergômetro em relação ao VO2 e à FC no pico do teste de AVD e do T6 em circuito. Conclusão: o teste de AVD adotado neste estudo e o T6 não podem ser considerados testes submáximos, podendo ser utilizados como protocolos para identificação da potência aeróbia máxima em pacientes nas classes funcionais NYHA II e III. Verificamos também que de forma similar os parâmetros neuromusculares e de aptidão aeróbia apresentaram correlações significativas no teste de desempenho em atividades da vida diária e nos testes ergoespirométricos de caminhada de 6 minutos em circuito, máximo em cicloergômetro e neuromuscular em equipamento isocinético, sugerindo que deve ser dada igual importância à utilização de exercícios resistidos e aeróbios em programas de reabilitação e condicionamento físico de indivíduos com insuficiência cardíaca.

ASSUNTO(S)

teste neuromuscular teste de avd heart failure walk test teste ergoespirométrico teste isocinético insuficiência cardíaca; exercícios aeróbicos; neuromuscular test adl test insuficiência cardíaca teste de caminhada ciências da saúde ergoespirometric test isokinetics test

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