Associação entre variáveis geográficas e climáticas e a ocorrência de Lutzomyia longipalpis (Lutz &Neiva, 1912) (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) no estado do Espírito Santo, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/02/2009

RESUMO

Lutzomyia longipalpis (Lutz &Neiva, 1912) (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) é o principal vetor da leishmaniose visceral americana (LVA) no Brasil. No estado do Espírito Santo, a LVA parece estar associada às regiões de clima seco e de altitudes inferiores a 500 metros em relação ao nível do mar. Para inferir a distribuição potencial de L. longipalpis e a influência das variáveis geográficas e climáticas na sua distribuição potencial no Espírito Santo (ES), foram realizadas coletas de flebotomíneos em localidades em que ocorreram casos de LVA e em áreas adjacentes na região norte do estado. Ao todo, foram pesquisadas 133 localidades pertencentes a 15 municípios, sendo que L. longipalpis foi encontrado em 84 dessas. Para delimitar a distribuição potencial, foi utilizada a modelagem de nicho ecológico usando o programa DesktopGarp e dados de 73 pontos de ocorrência de L. longipalpis, considerados espacialmente únicos e distintos. Além dos 15 municípios com registros de L. longipalpis, foi prevista pela modelagem a distribuição para pelo menos outros nove que não apresentam registros. A modelagem também evidenciou a associação de L. longipalpis com características geoclimáticas propícias à sua ocorrência como: clima seco representado pela pluviosidade menor que 1000 milímetros anuais e altitudes inferiores a 500 metros em relação ao nível do mar. A ocorrência de casos humanos autóctones de LVA em duas localidades dos municípios de Vargem Alta e Rio Novo do Sul, localizados na porção sul do ES e sem as características geográficas e climáticas propícias à ocorrência de L. longipalpis, justificaram estudo sistematizado de coleta de flebotomíneos nessas localidades. No período de agosto de 2006 a julho de 2007 foram realizadas coletas sistematizadas mensais nesses dois municípios e L. longipalpis não foi encontrado em qualquer das localidades. Assim, foi possível dissociar a ocorrência de LVA da presença de L. longipalpis na porção sul do estado do ES. Além disso, devido ao pequeno número de flebotomíneos capturados em Rio Novo do Sul, foi sugerida a existência de um mecanismo de transmissão da LVA não associado aos flebotomíneos nessa localidade. Concluindo, a presença de L. longipalpis no estado do Espírito Santo está associada às características geoclimáticas bem definidas e a ocorrência de LVA em áreas sem essas características provav elmente está vinculada a outro mecanismo de transmissão.

ASSUNTO(S)

ecological niche modeling modelagem de nicho ecológico lutzomyia longipalpis distribuição potencial leishmaniose visceral lutzomyia longipalpis potential distribution visceral leishmaniasis zoologia zonas de risco de transmissão zones at risk of transmission

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