Associação entre os níveis plasmáticos de atazanavir e a função renal

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

A introdução da terapia antirretroviral altamente potente (HAART) diminuiu dramaticamente a mortalidade dos indivíduos infectados pelo HIV. No entanto, a variabilidade nas concentrações e o uso prolongado desses fármacos podem ter conseqüências relevantes na área da terapia antirretroviral (TARV). Dentre essas, têm-se observado alterações metabólicas e fatores de riscos cardiovasculares, como também, alterações na função renal. O rim tem um papel importante no metabolismo e excreção dos medicamentos antirretrovirais e isso torna-o vulnerável a vários tipos de lesões. Muitos estudos têm sido realizados para avaliar os fatores de risco que podem contribuir para a insuficiência renal em pacientes infectados pelo HIV.9 Esses fatores são numerosos e dependem de características subjacentes do paciente, bem como do regime de drogas. Alguns estudos têm ligado certos medicamentos antirretrovirais, especialmente o tenofovir (TDF) e os inibidores de protease (IPs) lopinavir / ritonavir (LPV / RTV), atazanavir / ritonavir (ATV / RTV) e indinavir (IDV), com redução na taxa de filtração glomerular estimada (eTFG) e anormalidades nos túbulos renais. As alterações nas concentrações plasmáticas dos antirretrovirais (ARV) podem ser suficientes para não ocorrer a manutenção da supressão viral e promover falência no tratamento, ou, por outro lado, gerar efeitos adversos. Portanto, torna-se necessário o desenvolvimento de estratégias específicas para minimizar as ocorrências dessas anormalidades e preservar a eficácia da TARV. Objetivo O objetivo deste trabalho foi avaliar a associação entre os níveis plasmáticos de ATV e a função renal em uma coorte de indivíduos infectados pelo HIV com doença controlada (carga viral indetectável e CD4 >200/mm3). Métodos Cento e quatro pacientes foram consecutivamente selecionados no período de Abril a Novembro de 2011. Para inclusão no estudo, os pacientes deveriam estar em uso de ATV por no mínimo 6 meses, com carga viral indetectável ( <50 cópias/ mL) por um período igual ou superior a 12 meses, com contagens de linfócitos T CD4+ superiores a 200 células/mm3 e com idade maior que 18 anos. Os indivíduos foram divididos em quatro grupos de tratamento de acordo com o esquema do ATV. As concentrações plasmáticas do ATV foram comparados com função renal utilizando o Modelo de Regressão Linear Simples. Resultados No grupo de tratamento com ATV não potenciado, as concentrações plasmáticas foram estatisticamente menores (p = 0,001) do que as concentrações encontradas em outros grupos. Nenhuma diferença estatística foi encontrada na função renal entre os grupos. Finalmente, não foi encontrada associação entre os níveis plasmáticos de ATV e função renal (CKD-EPI, p = 0,079; MDRD, p = 0,059). Conclusão De acordo com os achados deste estudo, os níveis plasmáticos do ATV não estão associados com alteração na função renal. Estudos prospectivos são necessários para que se observe com maior exatidão se a função renal alterada atribuída ao uso de ATV realmente existe ou se está relacionada com o uso de RTV, TDF, ou a outros fatores ainda não identificados.

ASSUNTO(S)

atazanavir rim renal function anti-retrovirais plasma concentration testes de função renal hiv

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