AssociaÃÃo entre sÃndrome metabÃlica e hipertrofia cardÃaca em portadores de hipertensÃo arterial

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

AlteraÃÃes na funÃÃo cardÃaca podem ocorrer na hipertensÃo arterial, em associaÃÃo a outros fatores de risco cardiovascular, de origem metabÃlica, tais como dislipidemia, resistÃncia à insulina, diabetes mellitus, e obesidade abdominal. O agrupamento desses componentes constitui uma entidade clÃnica reconhecida como sÃndrome metabÃlica (SM). Para analisar a probabilidade de associaÃÃo entre a SM e a hipertrofia ventricular esquerda (HVE) foi realizado um estudo observacional, seccional de cunho analÃtico, com indivÃduos hipertensos primÃrios matriculados na ClÃnica de HipertensÃo Arterial do ServiÃo de Cardiologia do Hospital das ClÃnicas da Universidade Federal de Pernambuco, no perÃodo de 1996 a 2005. A populaÃÃo do estudo foi constituÃda por 802 indivÃduos. Foi utilizado o critÃrio da FederaÃÃo Internacional de Diabetes (International Diabetes Federation-IDF) para identificar os portadores ou nÃo de SM. Foram analisadas variÃveis independentes: biosocioeconÃmicas (sexo, idade, escolaridade, renda per capita e procedÃncia), metabÃlicas (triglicerÃdeos, glicemia de jejum e colesterol HDL) e antropomÃtricas (cintura e circunferÃncia do braÃo), alÃm dos nÃveis pressÃricos. Como alteraÃÃo da funÃÃo cardÃaca foi escolhida a variÃvel dependente HVE. Foram calculadas para HVE e SM as prevalÃncias e razÃes de prevalÃncia e estimados valores probabilÃsticos, utilizando os testes Qui-Quadrado, RazÃo de Chance (odds ratio), Teste U de Mann-Whitney, intervalo de confianÃa de 95%, significÃncia de p ≤ 0,05, AnÃlise de Conglomerados (mÃtodo de Ward e coeficiente de correlaÃÃo de Pearson) e um Modelo de RegressÃo LogÃstica, para estimar a probabilidade de HVE. Todas as variÃveis independentes foram correlacionadas com HVE, agrupadas ou isoladamente. Os resultados mostraram que 73,6% dos indivÃduos eram do sexo feminino, com idade mÃdia de 59,6 anos de idade e 51,8% eram analfabetos ou analfabetos funcionais. 53,0% residiam na capital e 44,6% referiram renda per capita familiar menor que  salÃrio mÃnimo. 68,6% dos indivÃduos apresentavam SM e 59,9% eram portadores de HVE. Quando se comparou a presenÃa de HVE entre portadores e nÃo portadores de SM, verificou-se que nÃo houve diferenÃa significativa (p >0,05). A anÃlise entre os componentes da sÃndrome metabÃlica e a presenÃa de HVE, mostrou que, isoladamente, apenas a pressÃo arterial elevada (p <0,01) e a glicemia de jejum alterada (p <0,01) apresentaram associaÃÃo significativa. O estudo permitiu concluir que: 1. a SM foi mais freqÃente entre as mulheres (p <0,01) e homogÃnea com relaÃÃo Ãs demais variÃveis socioeconÃmicas; 2. a revalÃncia da SM entre os hipertensos do estudo foi de 68,6% e a da hipertrofia ventricular esquerda foi de 59,9%; 3. quando analisados os componentes da SM, isoladamente, apenas a hipertensÃo e alteraÃÃo da glicose de jejum mostraram associaÃÃo com a HVE (p <0,01); 4. quando os componentes da SM foram analisados de forma agrupada, observou-se associaÃÃo entre: a) obesidade central + glicemia alterada (p <0,05); b) obesidade central + hipertrigliceridemia + colesterol HDL baixo (p <0,01); c) obesidade central + hipertrigliceridemia + glicemia alterada (p <0,05); d) obesidade central + hipertrigliceridemia + colesterol HDL baixo + glicemia alterada (p <0,01); 5. nÃo se observou associaÃÃo entre a sÃndrome metabÃlica e a HVE (p >0,05; OR = 0,03, IC 95%: 0,71-1,34); 6. quando examinados separadamente, observou-se diferenÃa significante na presenÃa de HVE, tanto entre os portadores de SM (p <0,01) como entre os nÃo portadores (p <0,05); 7. a praticidade e o baixo custo do modelo de regressÃo logÃstica criado para diagnÃstico de HVE, sugerem que este modelo seja utilizado nos nÃveis primÃrio e secundÃrio de atenÃÃo à saÃde

ASSUNTO(S)

saude coletiva left ventricular hypertrophy (lvh) hipertrofia do ventrÃculo esquerdo arterial hypertension hipertensÃo arterial metabolic syndrome (ms) sÃndrome metabÃlica

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