Assoalho pélvico e sintomas urinários na gestação e após o parto / Pelvic floor and urinary symptoms in pregnancy and after childbirth

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/08/2010

RESUMO

Objetivo: Avaliar a associação da função muscular do assoalho pélvico (AP) com a presença de sintomas urinários no terceiro trimestre gestacional de nulíparas e em primíparas 60 dias pós-parto. Sujeitos e método: Este é um estudo de coorte prospectivo, com análises tipo corte transversal para a gestação e para o puerpério, apresentadas nesta dissertação. Gestantes entre 30-34 semanas gestacionais de feto único, entre 18-35 anos, que faziam prénatal no CAISM-UNICAMP ou em Unidades Básicas de Saúde de Campinas, foram selecionadas. Gestantes que evoluíram para parto vaginal com episiotomia e cesariana após trabalho de parto foram avaliadas dois meses após o parto. Nos dois momentos estudados, foi registrada a medida da contração do AP por meio de eletromiografia de superfície - EMGs (tônus de base - TB, contração voluntária máxima - CVM e contração sustentada média - CSM), e por graduação de força muscular (graus 0-5). Avaliou-se a presença de sintomas urinários de noctúria, urgência e aumento de frequência urinária diurna (sintomas de Bexiga Hiperativa - BH), enurese, e incontinências de esforço e de urgência por meio de entrevista, na gestação e no pós-parto. Excluíram-se as mulheres com: dificuldade de compreensão, déficit motor/neurológico de membros inferiores, cirurgia pélvica prévia, diabetes, contraindicação para palpação vaginal e que praticavam exercícios para a musculatura do AP. Foram utilizados os testes qui-quadrado e Exato de Fisher para análise de proporções e o teste de Mann-Whitney para analisar diferenças de médias. Foram calculadas as razões de prevalência (RP) com intervalos de confiança (IC) de 95%. Resultados: Foram avaliadas 91 gestantes, em média com 32 semanas gestacionais e 24,3 anos. Os valores médios encontrados de TB, CVM e CSM foram 4,8µV, 19,2µV e 12,9µV, respectivamente e a maior parte das gestantes (48,4%) apresentou grau três de força muscular. O sintoma urinário mais prevalente foi a noctúria (80,2%), seguido do aumento de frequência urinária diurna (59,3%) e da incontinência urinária de esforço (50,5%). Observou-se associação entre a presença de sintomas de BH com menor TB. Não foi observada associação entre a presença de sintomas urinários com a graduação de força, com CVM e CSM. Gestantes da cor branca apresentaram prevalência 1,79 maior de incontinência urinária de esforço (RP bruta=1.79 [IC95% 1,12-2,87]). Entre as 46 puérperas avaliadas (43% submetidas ao parto vaginal e 57% à cesariana), em média 63,7 dias pós-parto, os valores médios encontrados de TB, CVM e CSM foram 3µV, 14,6µV e 10,3µV, respectivamente. A maior parte (56,5%) apresentou grau três de força muscular. Os sintomas mais prevalentes foram a noctúria (19,6%), urgência (13%) e o aumento de frequência urinária diurna (8,7%). Puérperas obesas e com sobrepeso tiveram 4,62 vezes mais sintomas de BH (RP bruta=4,62 [IC95% 1,15-18,5]). A perda urinária aos esforços foi a mais prevalente entre as incontinências, acometendo 6,5% das puérperas. Nenhuma outra característica, incluindo via de parto, associou-se aos sintomas de incontinência ou BH. Não foi observada associação entre a presença de sintomas urinários com os valores de EMGs ou graduação de força. Conclusão: Foi observado menor TB entre gestantes que apresentavam sintomas de BH. Não se observou associação entre as outras medidas de avaliação do AP com os sintomas urinários. Após o parto não se observou associação entre a graduação de força e EMGs do AP com os sintomas urinários

ASSUNTO(S)

incontinência urinária bexiga hiperativa assoalho pelvico eletromiografia gravidez urinary incontinence overactive bladder pelvic floor electromyography pregnancy

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