Aspectos tecnicos da monitorização da pressão intracraniana pelo metodo subaracnoideo e analise dos fatores que influenciaram a evolução de 206 pacientes com traumatismo craniencefalico grave
AUTOR(ES)
Venancio Pereira Dantas Filho
DATA DE PUBLICAÇÃO
1999
RESUMO
Foram analisados 206 pacientes com TCE grave (ECGI menor ou igual a 8 pontos após manobras de reanimação no atendimento inicial), internados para tratamento na UTI-HC-UNICAMP. Todos os pacientes foram avaliados por TC, sendo que 72 receberam tratamento neurocirúrgico. Todos os pacientes foram submetidos à monitorização contínua da PIC pelo método subaracnóideo, sendo 11 com parafuso metálico e 195 com cateter plástico de PVC. Os níveis de PIC foram observados continuamente na tela do monitor de pressão, sendo os seus valores sistólicos de final de hora registrados pela equipe de enfermagem em ficha padronizada da UTI. Todos os pacientes foram tratados segundo um protocolo orientado pelos níveis da PIe. Pacientes com PIC menor ou igual a 20 mm Hg foram mantidos em decúbito elevado a 30°, sedação e ventilação mêcanica por no mínimo 48 horas. Nos pacientes com níveis de PIC acima de 20 mm Hg foi iniciada hiperventilação, seguida de manitol em bolo endovenoso e aumento progressivo da sedação, conforme confirmada a refratariedade da PIC à manobra precedente. Metade dos pacientes tinham entre 19 e J6 anos de idade, 43,69% apresentavam pontuação na ECGI menor ou igual a 5 após as manobras de reanimação no atendimento inicial, 23,79% apresentavam pelo menos dois sítios de lesões extracranianas além do TCE e 83,50% evoluíram com complicações sistêmicas, as quais foram identificadas como a causa princip~l do óbito em 10 pacientes. O resultado final, medido na alta hospitalar, mostrou 54,85% de maus resultados (36,40% de óbitos e 18,45% de pacientes com ECGI entre 3-8 pontos) e 45,15% de bons resultados (21,85% com ECGI entre 9-12 e 23,30% entre 13-15 pontos). Conclusões: o método subaracnóideo para a monitorização contínua da PI~ foi considerado aplicável, seguro, simples e de baixo custo, sendo útil na orientação do tratamento dos pacientes, principalmente até o nono dia pós- TCE. O cateter plástico apresentou vantagens com relação ao parafuso metálico. A metodologia de registro da PIC foi considerada prática e útil. A mc foi considerada uma complicação precoce e freqüente com uma forte influência negativa sobre os resultados. A gravidade clínico-neurológica, medida através da ECGI após a reanimação inicial, influenciou significativamente o resultado. O tipo de lesão intracraniana influenciou significativamente o resultado e a incidência de me. A presença de hipóxia, hipotensão arterial sistêmica e a associação desses eventos influenciou negativamente os resultados. Os politraumatismos somente influenciaram os resultados quando associados à hipóxia, hipotensão arterial e sua associação. A idade não influenciou significativamente o resultado final desta casuística
ASSUNTO(S)
pressão intracraniana traumatismos cerebrais escala de coma de glasgow prognostico
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000224336Documentos Relacionados
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