Aspectos epidemiológicos e clínicos da síndrome de Guillain-Barré e suas variantes
AUTOR(ES)
Oliveira, Dayanne Rodrigues da Cunha Alves Bento; Fernandez, Rubens Nelson Morato; Grippe, Talyta Cortez; Baião, Fabiano Silva; Duarte, Rafael Lourenco; Fernandez, Diego Jose
FONTE
Arq. Neuro-Psiquiatr.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-06
RESUMO
RESUMO Introdução: Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma polirradiculoneuropatia aguda que ocorre devido a uma resposta inflamatória anormal no sistema nervoso periférico, é caracterizada clinicamente por paralisia flácida aguda e arreflexia, com ou sem sintomas sensitivos. Essa síndrome pode deixar sequelas incapacitantes ou até ameaçar a vida. Objetivo: Apresentar os aspectos clínicos e epidemiológicos da SGB em pacientes internados em um hospital terciário do Distrito Federal, no período de janeiro/2013 a junho/2019. Métodos: Estudo observacional, transversal e retrospectivo, no qual pacientes com diagnóstico de polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória aguda, neuropatia axonal motora aguda ou neuropatia axonal sensitivo motora aguda a partir dos achados eletroneuromiográficos foram selecionados e seus dados clínicos coletados retrospectivamente em seus prontuários. Resultados: Um total de 100 pacientes (63 homens e 37 mulheres; proporção de 1,7:1), com idades entre 2–86 anos (média, 36,4 anos), foram incluídos. A taxa média anual de incidência de SGB foi de 0,54 casos/100.000 habitantes, com 52 e 49% dos casos ocorrendo entre outubro e março (período chuvoso) e entre abril e setembro (período seco), respectivamente. A proporção de pacientes que apresentaram cada variante de SGB foi a seguinte: formas desmielinizantes, 57%; formas axonais, 39%; e indeterminado, 4%. A duração média da hospitalização foi de 8‒15 dias para a maioria dos pacientes (38%). Durante a hospitalização, 14% dos pacientes necessitaram de ventilação mecânica e 20% apresentaram complicações infecciosas. Conclusão: Os resultados indicam aumento na incidência de GBS durante a estação chuvosa. Além disso, não observamos a distribuição bimodal típica em relação à idade de início.
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