Aspectos epidemiológicos das fraturas do fêmur proximal em idosos / Epidemiological aspects of hip fractures in the elderly

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/06/2010

RESUMO

As fraturas do fêmur proximal (FFP) correspondem a um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Dentre todas as fraturas associadas à osteoporose são consideradas como as mais graves e correlacionam-se com os maiores índices de morbimortalidade, dependência funcional e custos para os indivíduos e os sistemas de saúde. O maior crescimento em sua incidência nos próximos anos é esperado nos países em desenvolvimento, todavia, estes também são os locais onde é maior a carência por dados acerca da epidemiologia dos pacientes acometidos por estas fraturas. A presente pesquisa teve como objetivo analisar alguns aspectos desta epidemiologia tanto no âmbito nacional como internacional. Como resultado foram confeccionados três artigos abordando esta temática. O primeiro artigo avaliou, a partir de uma base de dados de todas as hospitalizações por FFP na província de Quebec, no Canadá, a hipótese da equivalência do intervalo de tempo entre a fratura e a cirurgia e o intervalo entre a hospitalização e a cirurgia, enquanto preditores da ocorrência de óbito intra-hospitalar. Após controle para a presença de outras variáveis, nenhum dos intervalos mostrou associar-se com a mortalidade intra-hospitalar. Concluiu-se que, ao menos na medida em que a diferença entre os intervalos sejam pequenas como no caso observado, os mesmos podem ser utilizados de modo intercambiável sem comprometer a interpretação da associação entre o timing cirúrgico e a mortalidade intra-hospitalar, tal como pressuposto em diversos estudos prévios da literatura internacional. O segundo artigo buscou caracterizar o perfil clínico de idosos brasileiros hospitalizados em função de uma FFP, bem como os padrões de tratamento adotados, as complicações intra-hospitalares e a mortalidade ao longo de um ano. Dentre outros resultados de interesse, observou-se uma taxa de mortalidade em um ano de 13,4% (IC95%: 10,1 – 17,5%) e intervalos bastante elevados tanto entre a fratura e a hospitalização (média de 3,6 dias) como entre a internação e a cirurgia (média de 12,8 dias). O terceiro artigo procurou avaliar dentro do contexto brasileiro a associação entre o intervalo de tempo da fratura à cirurgia e a sobrevida dos idosos acomeditos por uma FFP. Após ajuste para variáveis de confundimento observou-se uma associação entre uma maior demora para a internação hospitalar e o óbito (HR: 1,08 , IC95%: 1,04 – 1,12, P <0,001). Discute-se a questão das FFP enquanto objeto epidemiológico privilegiado, inclusive como um possível evento sentinela a ser monitorado no âmbito da saúde do idoso tanto no plano nacional como internacional.

ASSUNTO(S)

fraturas do quadril osteoporose epidemiologia idosos mortalidade hip fracture osteoporosis epidemiology elderly mortality

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