Aspectos epidemiolÃgicos e clÃnicos da violÃncia contra a mulher no municÃpio de UberlÃndia, MG

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Um dos graves problemas que atinge a humanidade à o fenÃmeno da violÃncia, presente na vida da maioria das pessoas e, juntamente com os acidentes, representa um dos principais agravos à saÃde decorrente de causas externas. Este estudo apresenta aspectos epidemiolÃgicos e clÃnicos da violÃncia, utilizando dados dos prontuÃrios mÃdicos do Hospital de ClÃnicas de UberlÃndia (HCU); dos laudos de perÃcia de lesÃes corporais e de necropsias do Posto MÃdico Legal (PML) e fichas de atendimento da OrganizaÃÃo NÃo-Governamental SOS AÃÃo Mulher FamÃlia (ONG SOS Mulher). Predominaram agressÃes fÃsicas nos atendimentos do HCU (98,2%) e do PML (96%) e violÃncia psicolÃgica (36,2%) na ONG SOS Mulher. Os atendimentos foram mais freqÃentes nos finais de semana, tanto naqueles realizados no HCU (36%) quanto no PML (38%) e, na ONG SOS Mulher, principalmente nas segundas-feiras (24,3%). No HCU e no PML os atendimentos foram comuns no perÃodo das 18 Ãs 24 horas (36,5% e 42,3%, respectivamente). As vÃtimas tinham principalmente de 18 a 39 anos (77,5% e 76,2%, respectivamente HCU e PML); aquelas atendidas no HCU (49,4%) e PML (34,9%) se declararam principalmente solteiras, e na ONG SOS Mulher, amasiadas (50,3%); mais da metade (50,9%) nÃo finalizaram o ensino fundamental; suas profissÃes/ocupaÃÃes eram principalmente âdo larâ (40,2%) naquelas atendidas no PML e, âdomÃsticasâ (30,5%) na ONG SOS Mulher e essas residiam em imÃvel prÃprio (55,2%). Entre os agressores, 87,8% tinham de 20 a 49 anos; 57,7% nÃo tinham concluÃdo o primeiro grau; a maioria tinha pouca qualificaÃÃo profissional, eram amÃsio/ex-amÃsio (50,2%) das vÃtimas atendidas na ONG SOS Mulher e marido/ex-marido daquelas atendidas no HCU (51,5%) e no PML (30,4%,). Segundo relato das mulheres atendidas na ONG SOS Mulher, 86,3% dos agressores eram etilistas, 20,7% toxicÃmanos e 10,3% praticavam jogos de azar. Segundo as vÃtimas, o principal motivo de continuarem convivendo com o agressor apÃs a violÃncia sofrida era a esperanÃa de que o relacionamento conjugal melhorasse (33,8%). As vÃtimas atendidas no HCU e no PML, apresentavam principalmente feridas contusas (62,3% e 74,8%, respectivamente), que atingiram especialmente, cabeÃa/pescoÃo (39,1%) segundo os dados do HCU, e os membros superiores (35,1%) conforme os laudos do PML. Os Ãbitos resultaram principalmente do uso de armas branca (36,4% e 44,0%, respectivamente HCU e PML) e de fogo (36,4% e 20,0%, respectivamente HCU e PML). Conclui-se que a violÃncia contra a mulher à freqÃente e um problema de saÃde; os atendimentos ocorrem principalmente nos finais de semana e no perÃodo noturno. As vÃtimas sÃo jovens, com pouca escolaridade e pouca qualificaÃÃo profissional, residem em imÃvel prÃprio. O perfil dos agressores se assemelha ao das vÃtimas, geralmente, sÃo os prÃprios companheiros, os vÃcios e o ciÃme sÃo os principais motivos para as agressÃes que ocorrem principalmente dentro do prÃprio lar, e a esperanÃa de que o relacionamento conjugal melhore, faz com que as vÃtimas permaneÃam na relaÃÃo violenta. As lesÃes decorrentes das agressÃes sÃo feridas contusas, especialmente na cabeÃa/pescoÃo e nos membros superiores. As mortes nÃo sÃo raras, ocorrem principalmente pelo uso de armas branca e de fogo.

ASSUNTO(S)

agressÃo violence epidemiology violÃncia contra a mulher - uberlÃndia (mg) saÃde pÃblica mulher epidemiologia women violÃncia - relaÃÃes de gÃnero violÃncia morte agression death ciencias da saude

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