As respostas das empresas localizadas no Rio Grande do Sul frente às mudanças do clima

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

As mudanças climáticas estão provocando alterações no macro-ambiente econômico, social e regulatório. Países de todo o mundo discutem em fóruns internacionais e também internamente como tratar os impactos das mudanças do clima sobre as condições de vida da sociedade, o ecossistema e sobre a economia como um todo. As pressões regulatórias por ações empresariais de combate às mudanças do clima crescem no Brasil, como também aumentam as exigências dos consumidores. As empresas precisam adotar ações de combate às mudanças climáticas, reduzindo as suas emissões de gases do efeito estufa (GEE), e, ao mesmo tempo, crescer de forma sustentável. Essa pesquisa buscou entender quais são as ações de combate às mudanças do clima desenvolvidas pelas empresas localizadas no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, quarta economia do país. Como ferramenta de análise, quatro variáveis com dimensões e indicadores específicos foram criadas a partir de ampla pesquisa bibliográfica e investigação documental. Os dados de campo foram levantados através de pesquisa do tipo survey, com questionários aplicados, online e presencialmente, a 92 empresas, associadas à Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul e à Câmara Americana de Comércio, com atuação em 19 setores econômicos. Os resultados mostram que o percentual de empresas que conhece a sua contribuição às mudanças do clima é baixo e, conseqüentemente, a quantidade de organizações que conhece os riscos e oportunidades impostos pelas mudanças climáticas é bastante reduzida. Exceções acontecem no setor de papel e celulose e no setor de energia, onde a prática de desenvolvimento de inventário de emissões está mais consolidada. Em geral, as empresas ainda estão em estágio inicial do desenvolvimento de uma estratégia climática, efetuando ações de redução de emissões de GEE de baixo custo dentro da própria empresa. Ações de eficiência energética, melhorias no processo operacional e utilização de tecnologias de teleconferências são as mais desenvolvidas. As organizações, em sua maioria, não efetuam ações na sua cadeia produtiva e desconhecem os instrumentos financeiros e atores externos disponíveis para auxiliá-las na implementação de ações de combate às mudanças climáticas. O aumento da competitividade, o acesso aos novos mercados e a valorização da marca são os principais fatores indutores ao desenvolvimento de uma ação de redução de emissões. Concluiu-se também que o nível de maturidade das empresas em relação às questões climáticas varia conforme o setor de atuação e que os setores químico e petroquímico e de papel e celulose são os que apresentam o maior número de empresas desenvolvendo os passos do modelo de estratégia climática apresentado por Hoffman (2006).

ASSUNTO(S)

gestão ambiental climate change greenhouse gases mudanças climáticas responsabilidade social corporativa business actions to combat climate change business climate strategy rio grande do sul

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