As especificidades da clínica psicanalítica com crianças na neurose e na psicose: conseqüências para a direção do tratamento

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este trabalho visa responder à questão: Quais as especificidades da clínica psicanalítica com crianças na neurose e na psicose e suas conseqüências para a direção do tratamento? Constitui-se num estudo teórico baseado em Freud, Lacan e nas produções atuais de psicanalistas lacanianos acerca da clínica com crianças. Apresentam-se algumas vinhetas clínicas. Para responder tal questão, construíram-se quatro capítulos. O capítulo A constituição do sujeito trata da subjetivação para a psicanálise, pautada numa estruturação a partir da relação com o Outro. São evocados conceitos-chave da psicanálise lacaniana, necessários para compreender o que se presentifica na clínica com crianças. O segundo capítulo, A clínica da neurose, revela a estrutura do sujeito em sua amarração edípica a partir do Nome-do-Pai, instância que separa a relação dual mãe-criança. A neurose infantil é o efeito da constituição do aparelho psíquico, sendo os sintomas uma tentativa de interpretação daquilo que a criança capta dos pais e que propicia o atravessamento do Édipo. Ao analista caberá ajudá-la nesta travessia. O capítulo seguinte intitula-se A clínica da psicose. Na psicose o que está em jogo é a não efetivação do Nome-do-Pai. O sujeito fica colado na dualidade com a mãe, tornando-se aquilo que falta ao Outro materno. Para proteger-se, empreende um trabalho constante. O lugar do analista será de parceiro da criança neste trabalho diário que já realiza. No último capítulo, Conseqüências para a direção do tratamento, aborda-se o bom funcionamento do tratamento analítico padrão no que diz respeito à neurose. Para a psicose o mesmo não se evidencia. Psicanalistas debruçaram-se sobre um dispositivo diferente para tratamento das crianças psicóticas: o trabalho em instituição multiprofissional. A prática feita por vários tem sido uma estratégia de equipe aplicada à prática institucional que visa diluir o caráter invasivo do Outro. Facilita, assim, a parceria do analista com a criança no tratamento e circunscrição desse Outro

ASSUNTO(S)

tratamento criança neurose psicose psicanálise psicologia treatment child neurosis psychosis psychoanalysis

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