As cooperativas de produção da economia solidária em Alagoas : limites e (im)possibilidades de uma reorganização do trabalho para o socialismo.
AUTOR(ES)
Adriana Deodato Costa
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O objeto da presente pesquisa é a educação de trabalhadores nas cooperativas de produção da Economia Solidária em Alagoas, analisando a tese segundo a qual é possível transformar a sociedade capitalista em socialista através da autogestão gestão da empresa pelos próprios trabalhadores -, por ser este o meio de unir o trabalhador ao produto de seu trabalho. Como metodologia, a pesquisa se fundamentou teoricamente em Marx e Lukács quanto à centralidade da categoria trabalho em seu sentido ontológico, demonstrando que o trabalho é algo que sempre existiu, mas tomou uma configuração diversa no processo de produção capitalista, o que permitiu apreender a especificidade da separação entre o trabalhador e o produto de seu trabalho no capitalismo e constatar que é impossível transformar a sociedade capitalista em socialista apenas tomando um de seus aspectos, ignorando que o capital é uma relação que atinge as várias instâncias da vida humana. Além do pensamento desses autores, foi imprescindível as idéias de Mészáros quanto à incontrolabilidade do capital e à diferença entre capital e capitalismo, bem como de Chesnais e Teixeira para um estudo da configuração atual do mundo do trabalho em seu processo de reestruturação produtiva iniciado desde a década de 1980. Para um aprofundamento acerca da economia alagoana contou-se com a contribuição dos estudos de Péricles, Diegues Júnior e Lessa. É importante dizer que o estudo sobre a Economia Solidária foi fundamentado em Paul Singer, o qual é a maior referência teórica do assunto no Brasil. Foi realizada também uma pesquisa de campo na Cooperativa de Artesãos da Barra Nova em Marechal Deodoro/AL COOPERARTEBAN, a qual recebe assessoria da IESOL Incubadora de Empreendimentos Solidários pertinente à Universidade Federal de Alagoas UFAL. Nessa cooperativa, foram realizadas conversas informais, análises de textos e entrevistas com os cooperados e com a equipe de acompanhamento para a sua formação. O objetivo foi coletar dados sobre o processo educacional, verificando os limites encontrados nas relações objetivas alagoanas e suas possibilidades para atuar como estratégia de luta contra o capital, superando a separação entre o trabalhador e seu produto. Como resultado, a pesquisa aponta que as cooperativas de produção da Economia Solidária em Alagoas caminham para a reprodução das relações capitalistas em sua produção, porque dentro delas, os trabalhadores não se apropriam de seu produto de modo a desencadear um processo de humanização; os cooperados apenas produzem para o mercado, pois, a organização de seu trabalho não direciona-se para mudanças estruturais, ou seja, não consegue sequer se impor como resolução ao atraso econômico alagoano, o que demonstra a necessidade de a educação dos trabalhadores colocarse como uma das categorias que podem mediar o combate ao capitalismo em todas as suas frentes e não apenas em um de seus males, como proposto pela Economia Solidária na formação de cooperativa de produção.
ASSUNTO(S)
trabalho education social economy alagoano economy work educação educacao socialismo economia solidária economia alagoana socialism
ACESSO AO ARTIGO
http://bdtd.ufal.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=739Documentos Relacionados
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