Arte revolucionaria, forma revolucionaria : a literatura politica de Jorge Amado e Alejo Carpentier

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

No campo dos estudos comparados, este é um trabalho de análise e interpretação dos romances Jubiabá, Mar morto, Terras do sem fim, de Jorge Amado, e Écue- Yamba-Ó e La consagración de la primavera, de Alejo Carpentier. São romances que se aproximam por conciliarem o enfoque da situação do negro no espaço do subdesenvolvimento - tema herdado do regionalismo naturalista com a denúncia do capitalismo e da sociedade de classes. Representariam, portanto, uma linhagem "engajada" da tradição regionalista, que se desenvolve na literatura da América latina, em sintonia com o fenômeno de politização da vida e da cultura desta sociedade a partir dos anos 30, sob a influência da teoria marxista. Às motivações da consciência diante das questões sociais, que justificam o desenvolvimento deste tipo de romance, acrescente-se o impulso legitimador promovido pelo "prestígio" do realismo socialista. A descrição destes romances - numa perspectiva sócio-antropológica, em que tem destaque o delineamento das relações afetivas como sintoma da dominação de classe -- permitiu a identificação de procedimentos que caracterizam as variações desta tendência na obra de cada autor. Neste sentido, procuramos verificar o problema, presente em toda literatura política, da adequação entre a autonomia da forma e as determinações da ideologia. As soluções encontradas por Amado e Carpentier irão dizer da excelência de suas narrativas, enquanto arte revolucionária, segundo os princípios da estética marxista

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