Aquisição de acento primário em inglês por falantes de português : uma análise de derivações com sufixos não neutros via algoritmo de aprendizagem gradual - GLA

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

Sufixos em língua inglesa são tradicionalmente divididos de acordo com a influência fonológica que exercem em derivações. Dessa forma, sufixos que não causam alteração fonológica alguma na base à qual se anexam são chamados neutros. Nestes casos, a posição acentual primária permanece inalterada: «flávor» ¿ «flávor-less». Sufixos não neutros, por outro lado, podem afetar fonologicamente a derivação de duas maneiras: (a) altera-se a posição acentual, como em «réal» ¿ «rèal-íze», ou (b) altera-se a qualidade de um determinado segmento, como em «wide» (/wa¿d/) ¿ «wid-th» (/w¿d¿/). Com o objetivo de examinar a aquisição de padrões acentuais em palavras sufixadas do inglês (L2) por falantes de português brasileiro (L1), o presente estudo concentra-se especificamente no grupo (a) de sufixos não neutros. Para a coleta de dados, elaborou-se um teste empírico de produção de fala em que aprendizes se deparavam com bases reais e hipotéticas e suas respectivas derivações. Os dados gerados foram comparados entre três níveis de proficiência (básico, intermediário e avançado) e analisados com base nos diferentes tipos de sufixos não neutros utilizados neste estudo. A partir dos dados encontrados, foram realizadas duas análises. Primeiramente, os sufixos em questão foram subdivididos de acordo com (a) o tipo de alteração acentual resultante em cada derivação e (b) seu número de sílabas. Foi possível, então, verificar não apenas se as produções de fala continham alterações na posição acentual, mas que sufixos poderiam reduzir ou aumentar a acurácia nas produções dos aprendizes participantes. Também foram verificadas relações entre os padrões acentuais em L1 e L2, o que pode indicar parcialmente as razões pelas quais algumas derivações parecem ser mais ou menos difíceis a falantes de português brasileiro aprendizes de inglês. Os resultados encontrados indicam uma escala de dificuldade de aquisição baseada na estrutura silábica dos sufixos e na forma com que essa estrutura está relacionada à posição acentual resultante nas derivações analisadas. A segunda análise parte do modelo otimalista ¿ OT ¿ (PRINCE &SMOLENSKY, 1993/2004) e consiste em um exercício teórico em que os dados encontrados são rodados no Algoritmo de Aprendizagem Gradual ¿ GLA ¿ (BOERSMA, 1998; BOERSMA &HAYES, 2001). O objetivo desta etapa está dividido em duas partes: (a) mostrar como a variação encontrada nos dados pode ser contemplada e explicada através do algoritmo em questão e (b) examinar, via restrições, como é possível dar conta da aquisição de certos padrões acentuais que demandam uma configuração silábica presente apenas em L2, qual seja, um núcleo silábico ocupado por vogal longa e que atrai acento primário.

ASSUNTO(S)

análise lingüística fonologia morfologia lexical língua portuguesa língua inglesa acentuação língua adicional objetos de aprendizagem

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