Anti-HLA and Anti-Neutrophils Alloantibodies Study in Female Blood Donors. / Estudo de aloanticorpos anti-HLA e anti-neutrófilos em doadoras de sangue

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Objetivos: O estudo teve como objetivo determinar a prevalência e a especificidade de anticorpos anti-HLA e a prevalência de anti-neutrófilos em doadoras de sangue brasileiras e avaliar o impacto da exclusão de doadoras multíparas positivas da doação de sangue. Métodos: Foram estudadas amostras de soro de 350 doadoras distribuídas em quatro grupos de acordo com o número de gestações que tiveram (50 nulíparas, 100 com uma gestação, 100 com duas gestações, e 100 multíparas). Para a pesquisa de anticorpos foi utilizada a metodologia do ELISA pelos kits LAT-M e LAT-1240 (One Lambda, Inc, EUA) que detectam e identificam anticorpos anti-HLA, classe I e II, respectivamente. Sessenta e cinco doadoras multíparas, com resultados positivos e negativos no ELISA também foram testadas pela metodologia do LABScreen (One Lambda, Inc, EUA) que fornece a especificidade de anticorpos anti-HLA. Além disso, foi utilizado o teste de Aglutinação de Granulócitos (GAT) e Imunofluorescência de Granulócitos (GIFT) para detectar anticorpos anti-neutrófilos específicos. Resultados: Oitenta doadoras das 350 mulheres estudadas (22,9%) foram positivas para anticorpos anti-HLA, sendo que 37% eram multíparas, 26% mulheres que tiveram duas gestações e 17% que tiveram uma gestação. Todas as amostras de doadoras nulíparas foram negativas para anti-HLA. A diferença de doadoras positivas em cada grupo foi estatisticamente significante na prevalência de anti-HLA entre o grupo de nulíparas e de doadoras que tiveram no mínimo uma gestação (p <0,001). Os soros de doadoras positivas pelo teste LAT-M foram também testados pelo LAT-1240, e em sete casos os anticorpos não puderam ser identificados. Dezessete doadoras (28,3%), consideradas negativas pelo LAT-M, apresentaram resultados positivos pelo LABScreen. O GAT foi aplicado para investigação do soro de doadoras negativas para anti-HLA, sendo positivo em duas de 264 doadoras (0,8%). Entre as doadoras com GAT positivo uma entre 62 (1,6%) era multípara e uma doadora entre 71 (1,4%) teve duas gestações. O GIFT também foi aplicado para doadoras negativas para anti-HLA e apresentou positividade em quatro mulheres de 264 (1,5%), sendo que duas entre 62 (3,2%) eram multíparas e duas entre 71 (2,8%) tiveram duas gestações. Conclusões: Anticorpos anti-HLA são encontrados freqüentemente em plasma de doadoras de sangue brasileiras (22,9%), e se correlacionam estatisticamente com o maior número de gestações (p <0,001), aumentando a porcentagem de positividade com o aumento do xvi número de gestações. Apesar de apresentar uma menor freqüência (1,9% do total de doadoras nos testes GAT e GIFT), os anticorpos anti-neutrófilos também são encontrados em doadoras, podendo este valor ser maior uma vez que as doadoras positivas para anti-HLA não foram testadas. O impacto da exclusão de doadoras multíparas da doação de sangue corresponde a 4% do total de doadores. Em conclusão, anticorpos anti-HLA e anti-neutrófilos estão presentes no plasma de doadoras brasileiras e constituem fator de risco para desencadear TRALI em receptores de sangue com antígenos correspondentes.

ASSUNTO(S)

doadoras de sangue. insuficiência pulmonar aguda hla neutrófilos hematologia trali

Documentos Relacionados