Anjo negro e Medéia: tragédia nos trópicos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Em dezembro de 1974, Nelson Rodrigues afirmou, em entrevista concedida à Folha de São Paulo, que Teatro não tem que ser bombom com licor. Teatro tem que humilhar, ofender o espectador. Tal declaração proferida pelo dramaturgo sintetiza o objetivo de sua obra: ser desagradável. Em 1949, Nelson Rodrigues classificou, em um artigo publicado na revista Dionysos, as obras Álbum de Família, Anjo Negro, Dorotéia e Senhora dos Afogados de peças desagradáveis. Para ele, tais peças assumiram essa característica pelo fato de serem pestilentas e fétidas, causando, desse modo, o tifo e a malária no público espectador. Ao produzir tais peças, o dramaturgo propôs um novo conceito de teatro, intitulado por ele de teatro desagradável. O objetivo central da presente pesquisa é o de fazer uma análise comparativa entre uma das obras desagradáveis de Nelson Rodrigues, qual seja, Anjo Negro e Medéia, de Eurípides. Por meio dessa análise, pretendemos verificar se os elementos propostos por Aristóteles, em A Arte Poética, se fazem presentes nas duas peças a serem analisadas. Além disso, esta obra rodriguiana possui a mesma temática que Medéia, de Eurípides, o que torna possível a comparação entre elas. Por meio da análise das duas obras selecionadas, procuraremos expor o projeto teatral de Nelson Rodrigues, destacando o posicionamento da crítica diante a sua obra e o posicionamento do próprio dramaturgo em relação a sua criação dramática

ASSUNTO(S)

literatura comparada théâtre medéia teatro teatro desagradável anjo negro tragédie rodrigues, nelson -- 1918-1980 -- anjo negro -- critica e interpretacao tragedia théâtre désagréable euripides -- medeia -- critica e interpretacao

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