Análise in vitro da citotoxicidade e proliferação celular em equivalentes de pele humana

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: Há uma grande necessidade de suprir a demanda por enxertos de pele autólogos humanos, fundamentais para tratamento de pacientes sujeitos as situações particulares como úlceras, queimaduras, traumas entre outras. Polímeros naturais e sintéticos têm sido desenvolvidos e empregados como biomaterias. A aplicação de testes visando avaliar o comportamento celular na presença do biomaterial in vitro poderá abreviar as etapas necessárias para atestar sua biocompatibilidade. A análise com as metodologias proposta pelas normas da ISO 10993 permite o estabelecimento de uma escala ordenada e racional para a biocompatibilidade dos materiais em função de sua citotoxicidade. Essa padronização poderá auxiliar na comparação de diversos biomateriais utilizados em estudos e, na produção de novas matérias, contribuindo para o desenvolvimento da bioengenharia dos tecidos. Os materiais analisados e utilizados como equivalentes de pele humana podem ter sua citotoxicidade mediada por alterações da função mitocondrial das células, determinada pelo teste de MTT. Objetivos: (1) Avaliar a citotoxicidade dos extratos dos Equivalentes de Pele Humana (EPH) Veloderm e Biopiel no cultivo de fibroblastos da linhagen celular NIH-3T3, através do teste colorimétrico de MTT; (2) classificação dos extratos puros dos EPH através de escala de citotoxicidade, de acordo com as normas da ISO 10993. Metodologia: Foram utilizados como substâncias-teste extratos de Equivalentes de Pele Humana (EPH) Veloderm (VL) e Biopiel (BP). Fibroblastos da linhagem NIH-3T3 foram semeados em três placas de cultural de 96 poços na concentração de 4,5 × 104 células por poço. As células foram cultivadas na presença de concentrações distintas dos extratos das substâncias-teste, obtidos segundo as normas da ISO 10993 por 24, 48, e 72 horas para a determinação do grau de citotoxicidade das substâncias-teste quando comparadas ao controle de positivo (CP) e negativo de citotoxicidade (CN), através do teste de MTT. Resultados: na comparação entre os Grupos (CN, CP, BP, VL), os dados mostraram que houve diferença significativa na citotoxicidade (p<0,001) no CP contra CN, BP e VL dos extratos puros de cultivo, nos diferentes tempos de exposição (24, 48 e 72 horas). Não houve diferença significativa da citotoxicidade do Grupo BP e VL contra CN. Houve diferença de citototoxicidade (p=0,01) quando extratos de 10% em cultura celular de 48 horas foram usados nos Grupos VL (17,41,4) e BP (14,50,6). Uma diferença também foi detectada na citotoxicidade (p=0,014) no Grupo BP em 48 horas de cultura, entre o extrato de 10% (14,50,6) contra os extratos de 60% (16,71,0) e 100% (17,01,3). O Grupo VL em cultura de 72 horas mostrou uma diferença na citotoxicidade (p=0,041) quando comparados os extratos de 60% (21,31,6) e 100% (17,52,1). A viabilidade celular dos extratos do Veloderm e Biopiel independente do tempo de exposição e concentração encontraram-se entre 75% e 100% na comparação com CN. Segundo a classificação baseado na ISO 10993, ambos os extratos puros de EPH foram definidos não tóxicos (NT). Conclusão: O conjunto dos resultados sugere alta biocompatibilidade dos EPHs testados; entretanto, o teste colorimétrico de MTT representa uma avaliação inicial, sendo importante seu papel na racionalização da experimentação in vivo e clínica dos biomateriais. Esta hipótese precisa ser confirmada com testes complementares segundo normas da ISO 10993.

ASSUNTO(S)

in vitro medicina materiais - testes materiais biocompatÍveis pele toxicidade

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