Análise genotípica do sistema de grupo sanguíneo dombrock em doadores de sangue do estado de Minas Gerais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/02/2010

RESUMO

Introdução e objetivo: O sistema de grupo sanguíneo Dombrock tem importância na prática transfusional, pois são relatadas reações transfusionais hemolíticas relacionadas aos seus anticorpos. Os métodos moleculares têm possibilitado a investigação genotípica de doadores de sangue em larga escala, especialmente quando soros não estão disponíveis para a realização da fenotipagem pela técnica de hemaglutinação. A genotipagem do sistema Dombrock em diferentes populações têm demonstrado a grande variabilidade do gene DO e polimorfismos de base única (SNPs) têm sido associados aos seus diferentes alelos. Alelos variantes foram encontrados em diferentes estudos: DO*B-SH (378C/624C/793G) e DO*A-HA (378T/624T/793A) em uma miscelânea de amostras de Nova Iorque; DO*A-WL (793A/898G/323G), DO*B-WL (793G/898G/323G) e DO*A-SH (378C/624C/793A) em doadores de sangue brasileiros do estado de São Paulo e os alelos DO*B-SH-Q149K e DO*B-I175N em tribos africanas. Considerando as variações do gene DO e a miscigenação da população brasileira, o objetivo do estudo foi avaliar a freqüência dos alelos DO em doadores de sangue no estado de Minas Gerais e identificar possíveis diferenças regionais dentro do território brasileiro. Métodos: A freqüência dos alelos DO foi determinada a partir da genotipagem de 270 doadores de sangue do Hemocentro de Belo Horizonte, através da técnica de reação em cadeia da polimerase, seguida da digestão por enzimas de restrição (PCR-RFLP) e análise dos fragmentos resultantes após eletroforese em gel de agarose. Os seguintes polimorfismos foram pesquisados: 323G/T (HY), 350C/T(JO), 793 A/G (DO*A/DO*B) e 898C/G (HY*1, DO*A-WL e DO*B-WL). As prevalências dos alelos HY e JO, relacionados aos fenótipos raros Hy- e Jo(a-), foram comparadas com as descritas previamente em doadores de sangue do estado de São Paulo usando teste estatístico Qui-quadrado. Como análise complementar, os portadores dos alelos HY e JO foram classificados em brancos, negros e pardos, conforme a autodenominação de cor da pele informada no momento do cadastro a fim de avaliar uma possível correlação entre essa variável e a presença desses alelos nesses grupos de indivíduos. Resultados: A análise do gene DO no estado de Minas Gerais identificou os alelos DO*A-WL e DO*B-WL, recentemente descritos em doadores de sangue do estado de São Paulo. Além disso, a freqüência encontrada do alelo HY (2,41%) foi estatisticamente maior (p<0,001) que a descrita em São Paulo (0,7%). Também, contrariamente ao encontrado entre paulistas, a freqüência do alelo HY foi superior à do alelo JO (1,48%), incluindo um caso em homozigose. A autodenominação de cor da pele parda foi determinante na identificação apenas do alelo HY. Conclusões: A análise genotípica do sistema Dombrock em doadores de sangue do estado de Minas Gerais confirmou a heterogeneidade do gene DO na população brasileira e a necessidade de estudos regionais para a identificação de doadores raros dentro desse amplo território. Apesar da correlação estatística entre os indivíduos pardos e o alelo HY, a autodenominação de cor da pele não prediz o grau de ancestralidade africana em populações miscigenadas, não devendo, portanto, ser aplicada como variável no rastreamento do fenótipo raro Hy- entre brasileiros

ASSUNTO(S)

doadores de sangue decs genótipo decs alelos decs fenótipo decs frequência dos genes decs reação em cadeia da polimerase decs antígenos decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

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