Análise do índice de vulnerabilidade social das áreas de cobertura das equipes saúde da família e sua distribuição territorial em Uberaba MG, 2010 / Social Vulnerability Index and the areas of coverage for the Family Health Teams and their territorial distribution in Uberaba MG, 2010.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/01/2012

RESUMO

Com o advento do conceito ampliado de saúde e do paradigma do determinismo social na qual a Estratégia Saúde da Família (ESF) se baseia, necessita-se do esforço conjunto de profissionais, gestores e dos cidadãos no planejamento, organização, operacionalização e monitoramento de ações de saúde para maior qualidade e resolubilidade da assistência à saúde com enfoque na família. Este estudo teve por objetivo analisar indicadores demográficos e sociossanitários, Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e a distribuição territorial das áreas adstritas das equipes da ESF de Uberaba-MG no ano de 2010. Realizou-se estudo transversal observacional do tipo ecológico. Foram utilizados dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do nível municipal das 50 equipes da ESF. Utilizou-se de Sistema de Informação Geográfica (SIG) para distribuição e sobreposição cartográfica. Foram calculados os indicadores conforme variáveis baseadas na metodologia Cogitare em quatro eixos: Demografia, Produção, Ciclo de Vida e IVS. As variáveis cartográficas foram mapas: municipal, áreas da ESF por classificação do IVS, localização e raio das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Foram utilizados apuração de medidas de centralidade e dispersão, coeficiente de Pearson (ρ<0,05), regressão linear múltipla e simples, e t-test independente. O IVS das equipes foram de baixo (92%) e médio risco (8%). A escolaridade foi fator de maior influência negativa (19,5%) e os indicadores indiretos de renda (30,7%) foram os principais fatores protetores (p≤ 0,001). O IVS foi positivamente associado com a prevalência de hanseníase (r=0,308, p<0,05) e cobertura de citologia cérvico-vaginal (CCV) (r=0,281, p<0,05). Quatro indicadores mostraram diferenças significativas entre as faixas (F) do IVS de baixo risco (F3) e médio risco (F2): taxa de fraturas de colo de fêmur em >50 anos/1.000 (F3μ=0; F2μ=0,51, t(46)=3,8; p<0,001), cobertura de CCV (F3μ=55,6, σ=51,06; F2μ=19,03, σ=26,18; t(48)=-2,22; p<0,05) e a prevalência de tuberculose (F3=0; F2=9,59, σ=18,89, t(46)=3,481; p<0,01) e hanseníase (F2μ=1,41, σ=2,81; F3μ=5,65, σ=2,85; t(48)=-2,53; p<0,05). Na distribuição espacial, os maiores escores do IVS estavam situados nas regiões periféricas do município, com predomínio de vulnerabilidade na zona rural e na zona urbana margeando as rodovias que entrecortam o município. Houve sobreposição dos raios de abrangência das UBS, ultrapassando os limites dos distritos sanitários, não ocorrendo áreas descobertas na zona urbana, mesmo onde não há cobertura pela ESF, estando descobertas as áreas rurais distantes do centro urbano. Concluindo as condições de vida das famílias apresentaram resultados elevados e com baixo risco social. A produção desempenhada pelas equipes foi satisfatória na comparação com os parâmetros e condizente com os indicadores apresentados pelos ciclos de vida. Assim, as equipes da ESF tiveram influência positiva nas condições de vida de sua população adstrita, servindo como um fator de proteção e combate à vulnerabilidade social. Adicionalmente, a distribuição espacial das UBS levam à reflexão crítica acerca da acessibilidade e organização dos serviços de saúde em Uberaba-MG.

ASSUNTO(S)

distribuição espacial da população saúde da família vulnerabilidade atenção primária à saúde enfermagem de saude publica residence characteristics family health vulnerability primary, health care

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