Analise critica da captação de orgãos para transplante na organização de procura de orgãos da Universidade Estadual de Campinas-SP
AUTOR(ES)
Adriano Fregonesi
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
A partir da década de 60, com o uso de imunossupressores mais eficazes e a definição do conceito de morte encefálica, os transplantes de órgãos tornaram-se rotina em alguns hospitais. Todavia, foi a comercialização da ciclosporina, na década de 80, que realmente deu um impulso jamais visto aos transplantes. No entanto, não existe transplante sem órgão doado e estes podem advir de doadores cadáveres e vivos. O transplante com órgão de cadáver deve ser o preferido: não mutila uma pessoa hígida e os índices de sobrevida do enxerto, seja de cadáver ou de vivo, são praticamente similares. Porém, órgãos de cadáveres são muito escassos, principalmente em alguns países, como é o caso do Brasil. Com o objetivo de avaliar o porquê da escassez de órgãos, realizou-se um trabalho prospectivo na Organização de Procura de Órgãos da Universidade Estadual de Campinas, que abrange uma população estimada de seis milhões e seiscentos mil habitantes, distribuídos em 127 cidades. Durante os anos de 1994 a 1999 foram notificados 865 potenciais doadores. Deste total, 321 tornaram-se doadores efetivos e 973 transplantes foram realizados, divididos entre rim, fígado, coração e córneas. Os motivos para a não viabilização dos outros potenciais doadores durante estes seis anos foram: recusa familiar - 28% das famílias se recusaram a doar; parada cardíaca antes do diagnóstico de morte encefálica - 17% dos potenciais doadores; descarte dos órgãos pelas equipes transplantadoras - 11% dos potenciais doadores; sorologia positiva - 5% do total de potenciais doadores; boa evolução neurológica - 2% dos potenciais doadores. A média das taxas de potenciais doadores por milhão de habitantes por ano, avaliando os anos de1994 a 1999, foi de 21,8, bem abaixo das taxas estimadas na literatura, que variam de 40 a 100 potenciais doadores por milhão de habitantes por ano. Conclui-se que a escassez de órgãos para transplante na Organização de Procura de Órgãos da Universidade Estadual de Campinas se deve ao baixo número de potenciais doadores notificados, recusa familiar, parada cardíaca antes do diagnóstico de morte encefálica e descarte do potencial doador pelas equipes transplantadoras
ASSUNTO(S)
tecidos transplante de orgãos etc doadores de tecidos
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000225863Documentos Relacionados
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